CAPITULO 6.
Nesse momento, deu vontades de chorar e chorar e esturrar o coração até que não ficasse dentro nem uma lágrima, pois o que Edward acabava de dizer-lhe arrojava uma luz muito diferente sobre o motivo de sua visita.
Como tinha podido pensar que estava tão defeituoso de mulheres dispostas a compartilhar sua cama que a tinha ido procurar a Gales? Era ridículo! De repente recordou a tensão que tinha advertido no rosto de Edward ao chegar. Teria se precipitado ao beijá-lo? Tinha voltado a dar uma mancada?
Ainda que na realidade dava o mesmo. Edward tinha ido a sua procura por um motivo de importância. Estava preocupado por tivesse ficado gestante. Era a única razão pela que tinha tratado de encontrá-la. O que não deixava de falar em favor de sua integridade como pessoa. A maioria dos homens, sobretudo estando a ponto de casar-se com outra mulher, o teriam deixado correr com a esperança de que não sucedesse nada. Mas Edward não tinha esquivado suas responsabilidades.
- A noite da festa...nós dois tínhamos bebido - comentou ele olhando-a nos olhos. Nunca tinha sido tão irresponsável, ainda que não é normal que me comporte desse modo e sei que foi tua primeira vez.
Bella se pôs como um tomate. Seguia surpreendida por sua ingenuidade, que a tinha feito albergar esperanças a respeito do motivo pelo que se tinha apresentado Edward na casa de sua tia avó. Se teria ficado gestante? Recordou as náuseas e tonturas que vinha sofrendo nos últimos tempos e ficou geada. Seria possível? Nunca tinha levado um controle sobre seu período. Quanto tempo tinha passado desde a festa? Um par de semanas, mais será? O cérebro se negava a colaborar.
- Não sei ainda se... já sabes – reconheceu Bella.
Edward deu um passo à frente. A pobre parecia uma adolescente aterrorizada. Nem sequer era capaz de pronunciar a palavra “engravidei”. Queria abraçá-la, apagar o medo que assomava a seus olhos, dizer-lhe que não tinha nada com que se preocupar e que cuidaria dela. Mas depois recordou que o cartão de San Valentín tinha sido uma brincadeira estúpida, infantil, e conteve seu primeiro impulso.
Não a entendia. De fato, quanto mais pensava no comportamento de Bella, menos se explicava.
Não estava apaixonada dele, nunca o tinha estado. De tê-lo estado, por pouco que fora, não lhe teria passado em tão só duas semanas. Talvez tivesse dormido com ele porque tinha decidido que tinha chegado o momento de deixar de ser virgem. Em qualquer caso, seu comportamento a partir daquela noite era eloqüente: Não queria vê-lo e preferia esquecer o que tinha ocorrido. Até tal extremo era assim que tinha deixado o trabalho e tinha saído de Londres. E ele, por que tinha tomado tantas moléstias em localizá-la? Talvez era tão arrogante que não era capaz de aceitar que uma mulher o recusasse?
- Suponho que saberás se estás gestante ou não daqui a pouco - comentou com voz neutra - Se o estás, põe-te em contato comigo de imediato, por favor, e o vemos juntos. - Contas com todo meu apoio. - Já sabes onde localizar-me.
Seguia olhando, mas Bella notou como se tivesse levantado um muro de distância entre os dois.
Edward queria ir. Por que não ia querer? Para ele não teria sido uma visita agradável, pensou triste.
E tinha sido uma perda de tempo, porque nem sequer se ia com a tranqüilidade de que não tinha ocorrido nada. Obviamente, estaria rezando para que não tivesse conseqüências.
- Cuida-te - se despediu Edward então, justo antes de começar a andar para seu carro.
Bella sentiu que se estava morrendo por dentro. Ficou como uma estátua vendo como punha a marcha atrás e lhe entraram vontades de correr depois dele e dizer-lhe que, ainda que deveria odiá-lo, seguia querendo-o. Mas, de que lhe serviria a ele sabê-lo? Ele estava apaixonado de Rosalie.
Ao cabo de um par de quilômetros, Edward parou o carro, baixou a janela e encheu os pulmões de ar fresco e úmido pela chuva. Missão cumprida? Soltou uma risada amarga. Tudo o que a ele tinha parecido especial e fantástico daquela noite tinha carecido de importância para Bella. Nem sequer o tinha convidado a um café. Tinha ido até Gales para que se livrassem dele em dez minutos!
Pensou no cartão de San Valentín que lhe tinha comprado Bella e lhe dava vontade de quebrar algo. Não queria pensar nela. De fato, estava decidido a não o fazer. Seguro que não ficara gestante.
Não precisava fazer memória para nomear três casais jovens desesperadas por conseguir um bebê.
As possibilidades de concebê-lo numa só noite eram escassas, não?
Edward decidiu que procuraria um hotel e comeria algo... ainda que já não tinha fome. Mas, então, para que ia meter-se num hotel e perder todo o fim de semana? Porque lhe agradava! Queria embebedar-se. Estava farto de mulheres. Realmente farto.
Três dias depois, Bella já sabia que estava gestante.
Durante o fim de semana, tinha tido que contentar em comprar uma teste de gravidez. Depois de ver que dava positivo, mal tinha dormido as duas noites seguintes. Não estando segura da confiabilidade daquele método caseiro, tinha feito consulta ao ginecologista. Quando o médico lhe tinha confirmado a gravidez e tinha exposto as opções que tinha, não tinha duvidado em recusar o aborto.
Encantavam-lhe os meninos e, ainda que não imaginava ser mãe tão cedo, sempre tinha desejado ter algum. Toda vez que o bebê de Edward era uma realidade imediata, tocava-lhe pensar-se como enfrentar a situação.
Ao princípio, tinha acreditado ser capaz de chamar por telefone a Edward e informá-lo da gravidez, mas no último momento tinha voltado atrás. Edward estava noivo. Para ele era uma notícia horrível. Ademais, ela também tinha seu orgulho e não queria romper a chorar por telefone. De maneira que a melhor solução era escrever-lhe uma carta para pôr-lhe a par de suas intenções.
Bella se sentou na cama da pequena habitação de convidados de Tilly e tentou escrever as primeiras linhas. Mas, por mais do que tentasse, não conseguia que saísse uma só palavra e acabou feita um mar de lágrimas desconsoladas. Por fim, optou pela sinceridade e deixou fluir seus autênticos sentimentos. Afinal de contas, deveras queria que Edward seguisse pensando que o cartão de San Valentín não tinha sido mais do que uma brincadeira estúpida?Que seu filho era o resultado da dita brincadeira? A idéia lhe machucava. Algum dia teria que contar a seu filho que tinha amado o seu pai, e essa verdade era mais importante que seu próprio orgulho.
Quando tomou consciência de que teria que dirigir a carta a Sistemas Cullen, pois não conhecia o endereço privado de Edward e não o encontrava na guia, escreveu PRIVADO E CONFIDENCIAL numa esquina do envelope. Depois de botá-lo na caixa postal, tratou de não pensar ao respeito. Não lhe ficava mais remédio do que esperar e ver que sucedia.
Durante a seguinte semana, ofereceram-lhe duas entrevistas com sendas famílias que precisavam uma babá com desespero. Ao que parece, era muito difícil encontrar babás qualificadas. Ao mesmo tempo, cada vez que soava o telefone de Tilly, o coração lhe martelava como um ruído de tambores, convicta de que seria Edward. Mas nem chamava nem respondia a sua carta.
Porque não tinha chegado a recebê-la. Estava na Itália quando chegou, coincidindo com o último dia de trabalho de Mike Newton em Sistemas Cullen. Edward se tinha mostrado distante com ele desde a noite da festa e Mike tinha compreendido que não poderia subir nessa empresa. Ainda que não lhe tinha custado encontrar outro trabalho, o ressentimento o tinha feito estar alerta e, ao chegar a carta, tinha visto “B. Swan” no remetente e a tinha escondido entre o móvel bar e a parede.
Tinha passado um mês, Bella tinha saído de Gales e tinha começado a trabalhar como babá de novo. Surpreendida ao princípio pelo silêncio de Edward, tinha terminado por compreender que o silêncio era em si uma forma de resposta. Enfrentado ao pior dos desenlaces, Edward tinha decidido que não queria saber nada do bebê. Por que se tinha deixado enganar por seus palavreado? Por que tinha voltado a confiar em que, no fundo, era um homem decente?
Depois de tudo, a noite da festa lhe tinha mentido, dizendo que Rosalie não era mais do que uma amiga, para dormir com ela no sofá. Por que não ia mentir de novo? Estava só e, pelo bem do bebê, mais valia do que fosse fazendo-se à idéia.
Fonte:
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Voltarei tão rápido que você não terá tempo de sentir minha falta. Cuide de meu coração ele ficou com você!....