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sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Lua Negra - Lua Nova Versão EDWARD CULLEN

Prefacil - 1° Cap. / 2° Cap.

Prefácio
A imagem em minha mente era incrivelmente bonita.
Perfeita.
Eu iria em breve estar com ela.
Para sempre.
Depois de tanto desespero, de tanto sofrimento.
Tanta dor.
Tanta saudade.
Minha mente havia gritado para eu voltar. Não voltei.
Mas eu teria sido capaz de impedir que aquilo acontecesse?
O amor fora perdido para sempre.
Viver ou morrer?
Eu escolhi morrer.
Eu tinha que partir.
Eu a amava profundamente para colocá-la em perigo por mais tempo; as conseqüências eram terríveis demais para serem desconsideradas.
Mesmo enquanto eu fugia, o meu coração morto gritava para eu voltar.
Se eu tivesse escutado, eu teria sido capaz de evitar a terrível tragédia?
Como um ato destinado a salvá-la poderia ser a causa de toda essa angústia e sofrimento?
A imagem em minha mente era incrivelmente bela; preenchida de um amor perfeito consumado.
Um amor que eu tinha perdido para sempre.
Eu tinha que decidir, eu deveria viver uma vida infernal de tormento e remorso ou confiar no frio e último abraço de morte.
Eu precisava estar com ela.
Para sempre.
Viver ou morrer?
Eu escolhi morrer.

Sendo um imortal, tempo raramente era um problema para mim. Era um fator insignificante na minha vida; algo que afeta as outras pessoas, enquanto eu e minha família permanecemos inalterados. Congelados. Estagnados.

Mas, agora que Bella estava em minha vida, o tempo era um quesito importante. Bella, a humana que envelhece enquanto eu estou preso num corpo adolescente.

Quando eu estava com Bella, o tempo parecia voar rapidamente e não havia nada que eu pudesse fazer para impedir que isso ocorresse.

Hoje era uma ocasião especial; era aniversário de dezoito anos de Bella. No entanto, Bella foi inflexível em não querer comemorar.

Algumas semanas antes, Bella tinha afirmado categoricamente que nada deveria lembrar a data. Ela tinha me proibido e, especialmente, à Alice de comprar presentes ou fazer quaisquer preparativos para comemorar o evento. Não nos era permitido sequer lhe desejar um feliz aniversário.

Alice tinha, claro, desobedecido todas as regras e exigências de Bella. Esta manhã, no estacionamento da escola, ela gritou uma alegre saudação de feliz aniversário à Bella e anunciou que uma festa em família seria realizada esta noite em sua homenagem.

Embora eu não tivesse contribuído para os planos de Alice, eu não impedi tão pouco; não que Alice fosse deixar alguém interferir em seu projeto.

Você esperaria que uma pessoa estivesse feliz no dia de seu aniversário. Bella não estava nem um pouco satisfeita. Eu tinha certeza de que ela se recusaria a ir.

Minha família estava excitada para comemorar o aniversário de alguém. Para nós era uma coisa sagrada, que representava o crescimento e a transformação que não era mais parte de nossa existência.

Emmett foi o último de nós a comemorar um aniversário, mas isso foi há 60 anos. Não parecia adequado congratular-nos por não envelhecer, comemorando nossos aniversários vampiros; então nós simplesmente ignoramos.

Emmett insistiu que ele e Rosalie deveriam estar presentes e haviam retornado de sua viagem para fazer parte das comemorações.

Alice arranjaria qualquer desculpa para mergulhar em preparativos, seja qual fosse o evento. Não havia esperança de que o aniversário de Bella fosse passar despercebido, não com Alice por perto. Era um desejo da parte de Bella, e eu estou surpreso que Bella não tenha leva em conta Alice.

Eu não tinha manifestado a minha preocupação com a questão do tempo, em não tê-lo o suficiente com Bella. Eu sabia que o assunto estava atormentando-a também. Os dias passavam para ela; ela envelhecia a cada dia, enquanto eu permanecia inalterado, congelados no meu corpo dezessete anos de idade para a eternidade. A preocupação de Bella sobre o seu envelhecimento era o motivo pelo qual ela queria afastar o seu aniversário, mas a ignorância e a pretensão só podiam durar algum tempo. Ignorar o aniversário de Bella não impediria que o precioso tempo passasse. Embora, tecnicamente, eu não pudesse atingir a idade física de dezoito anos, eu não concordava que Bella devesse ignorar seu aniversário.

Estava garoando na nublada cidade de Forks.

Bella e eu tínhamos acabado de terminar o nosso dia na escola e nos dirigíamos para o estacionamento. Nós iríamos para a casa dela, pois ela queria assistir Romeu e Julieta, uma desculpa para não ir à festa. Quando chegamos à caminhonete de Bella, eu abri a porta do passageiro para ela, como um gesto educado, para salvá-la do aborrecimento de ter que dirigir seu veículo decrépito no dia de seu aniversário. Bella cruzou os braços em torno de seu peito, enquanto uma expressão aborrecida atravessava seu rosto, demonstrando sua teimosia e humor ácido.

— É meu aniversário, não posso dirigir?

— Eu estou fingindo que não é seu aniversário, assim como você queria. — Respondi.

— Se não é meu aniversário, então eu não tenho que ir a sua casa esta noite...

Eu sabia que seria difícil o convívio com Bella durante este dia, mas eu não cederia sobre hoje à noite. Normalmente, eu faria qualquer coisa que ela quisesse... Dentro do razoável.

Havia uma coisa específica que eu estava absolutamente inflexível que Bella nunca teria. Imortalidade.

Eu tive que concordar com Alice nesta ocasião. Bella não deve negligenciar fatos importantes em sua vida. Honestamente, eu me sentia como se devesse persuadir Bella a comemorar, principalmente porque me sentia culpado. Se eu não existisse, Bella não se preocuparia com algo que ocorre naturalmente na vida humana. Minha espécie não deveria existir. Eu não deveria existir.

Eu estava impedindo Bella de viver uma vida humana normal e eu não queria fazer isso. Mas o meu amor por ela era muito poderoso e eu não era forte o suficiente para me afastar dela. Portanto, encampei os planos de Alice e tentei reintroduzir a normalidade na vida de Bella.

— Tudo bem. Feliz aniversário — declarei abrindo a porta do motorista para ela e me dirigindo para o lado do passageiro.

— Shh...— Ela repreendeu-me, um pouco abatida.

Ela ficou em silêncio durante a viagem para a sua casa, o único som era do motor resmungão da velha, ultrapassada e enferrujada picape de Bella. O veículo não era confiável para ninguém, muito menos Bella, que era um ímã para situações de perigo. Eu teria adorado lhe comprar um carro novo como presente de aniversário.

Eu decidi preencher o silêncio entre nós, desejando distraí-la de seu humor sombrio.

— O rádio tem uma recepção horrível. — Observei.

Bella franziu a testa.

— Você quer um som agradável? Dirija seu próprio carro .

Eu reprimi um sorriso. Logo se tornaria claro para Bella porque eu estava reclamando de seu rádio. Parecia que todos tinham ignorado pedido de Bella para não presenteá-la. Ela recebeu os de sua mãe e seu pai, esta manhã.

Embora, Alice e eu tenhamos sido proibidos de comprar qualquer presente de aniversário para ela, os outros membros de minha família não foram. Era bem provável que Bella não tivesse considerado que eles tivessem algum interesse em seu aniversário; ela estava errada.

Meus pais tinham comprado um par de passagens aéreas para Bella visitar Renée, uma sugestão de Alice. Emmett, Rosalie e Jasper haviam comprado um estéreo top de linha para a sua caminhonete.

Alice e eu tínhamos descoberto uma brecha nas regras de Bella quanto à compra de presentes, então eu também tinha algo para ela. Um presente feito em casa. Nenhum centavo gasto e eu tinha a sensação de que ela iria gostar.

Assim que Bella estacionou a caminhonete ao lado de sua casa, inclinei-me para ela e gentilmente coloquei seu rosto em minhas mãos, delicadamente rastreando suas características faciais, tentando acalmar sua óbvia ansiedade. Seu coração bateu um pouco mais rápido em reação ao meu toque.

— Você deveria estar de bom humor, hoje mais que em todos os dias. — Eu sussurrei.

— E se eu não quiser estar de bom humor? — Ela respondeu, sua respiração irregular.

— Isso seria muito ruim. — Eu disse, enquanto me inclinava para perto para colar seus lábios aos meus.

Bella atirou os braços em volta do meu pescoço e apertou seus lábios freneticamente contra os meus, aumentando a intensidade e a paixão do nosso beijo. A suavidade dos lábios. Os movimentos da boca. O gosto. O irresistível aroma de seu sangue correndo em suas veias.

Tudo isso foi mais que suficiente para me empurrar para fora dos limites do meu autocontrole. Quando as emoções ameaçaram ultrapassar o meu corpo, eu imediatamente, mas a contragosto, afastei o rosto de Bella, desenrolando seus braços do meu pescoço.

— Seja boazinha, por favor... — murmurei contra seu rosto, antes de pressionar os meus lábios aos dela uma última vez, um beijo rápido que deixou a minha garganta em chamas.

Bella sempre deixava claro seu descontentamento quando eu me afastava rapidamente de seu contato físico, mas isso não iria influenciar minha decisão de não correr riscos e deixar meu limite ser ultrapassado.

Cada vez que eu a tocava, cada vez que meus dedos seguravam seu rosto, seus braços... cada vez que eu enlaçava seu corpo, eu tinha de medir a pressão que minhas mãos estavam exercendo para não machucá-la... era como se eu estivesse pegando no mais fino dos cristais... quebrável ao menor deslize. Sua segurança estava em jogo. Não havia dúvida em minha mente que eu a mataria se eu perdesse o controle.

Verdade seja dita, eu já estava correndo um risco enorme com o pouco que eu me vinha permitido; exercendo ainda que uma pequena expressão de afeto, o risco era grande. Por outro lado, não era justo da minha parte negar a Bella todas as delícias físicas de um relacionamento amoroso.

Por puro egoísmo, eu queria mais, mas a segurança de Bella era consideravelmente mais importante para mim do que minha própria felicidade. Eu ainda não sabia como lidar com todas aquelas sensações físicas que me assaltavam.

Inúmeras vezes eu havia lido nos livros a descrição das sensações do amor, do ciúme, da insegurança... do desejo... mas sentir tudo isso dentro de mim, me abrasando, era uma experiência muito diferente, sem comparações, sem parâmetros, que me deixava extasiado, cheio de desejo e... medo... eu precisava aprender a lidar com esse novo mundo de sensações, que eu nunca imaginara pudessem ser tão fortes.

— Você acha será sempre assim? Será que o meu coração nunca vai parar de tentar saltar para fora do meu peito sempre que você toca em mim? — Bella perguntou-me, quase sem fôlego.

Seu coração estava bombeando furiosamente, empurrando o sangue doce, que eu ansiava desesperadamente, por suas veias.

— Eu realmente espero que não. — Respondi satisfeito com o efeito que eu tinha sobre ela. Contudo, seria mais fácil e mais seguro se ela não reagisse dessa forma ou mesmo retribuísse meus sentimentos.

Ela revirou os olhos.

— Vamos ver os Capuletos e os Montague matarem-se uns aos outros, certo?

— Seu desejo é uma ordem. — Retruquei.

Eu sai da picape em um piscar de olhos e corri para o lado do passageiro, antes de Bella abrir a porta. Caminhamos calmamente de mãos dadas até a casa dela. O silêncio não estava desconfortável, mas eu estava. Tive uma sensação na boca do estômago, um pressentimento familiar e indesejável de coisas inesperadas e perigosas que ainda estavam por ocorrer.

Mas, não era uma sensação incomum, o potencial para o desastre era enorme. O que poderia ser inofensivo sobre o relacionamento entre um vampiro e um ser humano frágil? Era um sentimento assustador, embora eu estivesse confortado pelo fato de que tínhamos a sorte de ter sobrevivido tanto tempo.

Eu descansava no sofá, quando Bella começou o filme. Eu não ligava para esta história infeliz; Julieta e seu Romeu. Depois de estudá-la muitas vezes, ela parecia mais absurda. O compromisso deles nasceu desconectado do amor; Romeu era um tolo e não teve honra em proteger o seu amor. Os amantes haviam morrido por nada. O relacionamento deles não era perigoso, nenhuma criatura errante perseguia suas vidas.

Bella sentou-se na borda do sofá, em minha frente e eu passei meus braços em volta dela puxando-a suavemente para trás até nós colocamos lado a lado. Ela estremeceu uma vez, quase tão levemente quanto o meu frio corpo estremeceu com o calor do corpo dela. Havia um cobertor pendurado sobre as costas do sofá; puxei-o para envolvê-la.

Eu tinha experimentado como um ser humano sentia a pele de um vampiro - muito fria. Lembro-me vagamente de como senti a pele de Carlisle, quando eu era humano e vivo. Não poderia ser agradável para Bella tocar e sentir um bloco de gelo, mesmo se quisesse; mas eu agradeci a minha estrela por ter a sorte dela me tocando. Os seres humanos precisavam manter a temperatura do corpo quente para se sentirem confortáveis. Abraçar minha forma de gelo frio não era saudável, não podia ser agradável.

— Você sabe, eu nunca tive muita paciência com Romeu. — Eu disse.

— O que há de errado com Romeu? — Bella zombou exasperada.

— Bem, antes de tudo, ele é apaixonado por este Rosalie... Você não acha que o faz parecer um pouco inconstante? E então, alguns minutos após seu casamento, ele mata o primo de Julieta. Isso não é muito brilhante. Erro após erro, como ele poderia ter destruído sua própria felicidade mais completamente? —

Bella soltou um suspiro, indicando claramente não concordar com o meu julgamento.

— Você poderia me deixar assistir sozinha? — ela resmungou.

— Não, eu vou assistir com você, de qualquer maneira. Você vai chorar? — Enquanto falava, delicadamente acariciei sua pele lisa, saboreando a sensação do calor em minhas mãos.

— Provavelmente, se eu estiver prestando atenção.

— Eu não vou mais distraí-la. — Respondi antes de beijar levemente seus cabelos.

Eu podia ter outras coisas em minha mente, apesar de ver o filme na tela. A maioria da minha atenção estava focada em Bella, sempre a tocando e, ocasionalmente, beijando seu pescoço, mãos e cabelos. Ao mesmo tempo, enquanto eu observava suas reações ao filme, sussurrei as falas de Romeu em seu ouvido.

Bella encolheu-se com violência, chorou no duplo suicídio dos amantes ao final. Eu ri disfarçadamente de sua emoção. Ela era tão inequivocamente humana. Aquilo era só uma história. Ficção.

— Eu admito que tenha um certo tipo de inveja dele, entretanto. — Eu disse, enquanto secava as lágrimas de seu rosto.

— Ela é muito bonita. — Suspirou Bella.

Eu zombei, magoado e exasperado com o fato de que Bella achasse que eu estava se referindo a aparência de Julieta. Tanto quanto eu estava interessado, não havia comparação; ninguém poderia comparar-se a minha Bella e sua beleza.

— Eu não invejo a garota... apenas a facilidade de suicídio.

Bella ficou boquiaberta.

— O que?

— É algo que eu pensara uma vez e eu sabia pela experiência de Carlisle que não seria simples. Eu nem sei quantas vezes Carlisle tentou se matar no começo... depois que ele percebeu no que ele tinha se transformado... E, obviamente, ele ainda goza de excelente saúde. O suicídio para um vampiro, aparentemente, é impossível.

Eu não estava muito certo porque eu partilhava isso com Bella... provavelmente para assustá-la e fazê-la perceber que a minha família e eu não queríamos ser o que éramos... como um clã... era a única coisa que nós apreciávamos ... éramos uma família.

Procurávamos desesperadamente fingir ter uma humanidade que não tínhamos. Queríamos ser humanos. Minha família não queria essa vida; eu não quero esta vida e agora que eu tinha algo para viver, eu desejava ter a minha humanidade mais do que nunca.

Eu tinha a minha Bella.

Bella se contorceu em meus braços desconfortavelmente e se virou para mim.

— Sobre o que você está falando? Como assim, como isso foi algo que você pensou uma vez?

As lembranças jorraram em minha mente. Não foi preciso nenhum esforço consciente da minha parte para gerar as imagens mentais ou os sentimentos que acompanham as cenas.

Foi uma lembrança que me levou de volta há seis meses, de volta para a primavera, uma estação de novos começos e vida nova. Eu estava correndo para encontrar Bella. Ela tinha ido ao encontro de um vampiro impiedoso para sacrificar-se. Eu estava desesperado, profundamente preocupado com sua segurança, como ela poderia ter sido tão inconseqüente?

Ninguém iria levá-la para longe mim. Eu sufoquei um rosnado de raiva com a lembrança, antes de forçar-me sair de meu devaneio horrível. Foi extremamente difícil de pensar. Foi ainda mais difícil de falar.

— Na última primavera, quando você estava ... quase morta. Claro que eu estava tentando me concentrar em encontrar você viva, mas parte da minha mente estava fazendo um plano B. Como eu disse, não tão é fácil para mim como é para um ser humano.

Confusão e medo tomaram conta de Bella. Ela balançou a cabeça como se para ordenar suas próprias visões escuras. Os dedos de Bella tocaram a cicatriz em sua mão... onde James a mordera quase... quase a matando e condenando-a a um destino pior que a morte.

— Plano B? — Bella repetiu minhas próprias palavras como uma pergunta.

Fiquei surpreso que ela não tivesse compreendido automaticamente...não haveria nada para mim se Bella não existisse.

— Bem, eu não iria viver sem você... Mas eu não tinha certeza de como fazê-lo... eu sabia que Emmett e Jasper jamais me ajudariam... Então eu estava pensando que talvez, se eu fosse até a Itália e fizesse algo para provocar os Volturi...—

A morte seria serena a viver em um mundo sem a minha Bella.

— Quem são os Volturi? — Bella perguntou, levantando a voz, com cólera.

— Os Volturi são uma família muito antiga; a família de vampiros mais poderosa de nossa espécie. Eles são a coisa mais próxima que nosso mundo tem da realeza, suponho eu. Carlisle viveu brevemente com eles em seus primeiros anos na Itália, antes de se estabelecer na América. — Expliquei.

Eu tinha contado à Bella uma versão compacta da história de Carlisle mostrando uma pintura no escritório de meu, onde viam Carlisle com Aro, Caius e Marcus - os altivos e indestrutíveis líderes Volturi.

— Você se lembra da história? — Perguntei Bella.

— Claro que eu lembro.

— De qualquer forma, você não deve irritar os Volturi, a menos que você queira morrer... ou o que quer que esteja reservado para nós.

Bella pegou meu rosto entre as mãos. Olhei para sua expressão horrorizada.

— Você nunca... nunca, jamais pense em fazer algo assim novamente! Não importa o que pode acontecer comigo, você não está autorizado a se machucar! — Bella exigiu, sua voz era intensa e cheia de dor.

— Eu nunca vou colocar você novamente em perigo; este ponto é discutível. — repliquei inquieto.

A voz de Bella subiu algumas oitavas com a raiva.

— Colocar-me em perigo! Eu pensei que nós tínhamos concordado que toda má sorte é minha culpa?

— O que você faria se a situação estivesse invertida? — Eu desafiei.

— Isso não é o mesmo.

Eu deixei escapar uma sem risada humor. Bella sempre fora alheia a minha situação e à profundidade dos meus sentimentos por ela. Ela jamais entenderia a angústia que apenas o pensamento de sua morte me causava.

— E se algo acontecesse com você? — Bella continuou. — Você quer que eu me mate?

A pergunta de Bella me pegou desprevenido. A idéia era além de dolorosa. É claro que eu não gostaria que Bella fizesse isso. Eu não considerei que os sentimentos de Bella tivessem a mínima correspondência com os meus.

No entanto, era diferente para mim... eu não tinha a humanidade para perder. Eu não sabia se a morte definitiva poderia ocorrer para a minha espécie, ou mesmo se a nossa existência terminava em si mesma.

— Acho que posso entender um pouco o seu ponto... — Eu admiti. — Mas o que eu faria sem você?

— Tudo o que você fazia antes de eu chegar e complicar sua longa existência.

— Você faz parecer tão fácil. — Suspirei.

— Deveria ser, não sou realmente tão interessante. — Respondeu Bella.

Abri a boca para contestar sua declaração idiota, mas fui interrompido pelo som do carro de polícia do pai de Bella, apontando na rua. Era inútil discutir o assunto com ela. Sem dúvida ela continuaria difícil e intransigente.

— Ponto discutível. — Foi tudo que eu disse, deixando o assunto para uma próxima.

Eu gentilmente puxei Bella para se sentar em uma posição mais respeitável no sofá.

— Charlie? — Bella presumiu.

Sorri para sua compreensão rápida de minha ação.

Bella e eu ficamos na casa dela para jantar, apesar de eu não comer. Charlie nunca suspeitara de minha evidente falta de apetite. Minha fome, ou melhor, a minha sede, era do fluido que corria pelas veias humanas, especialmente aquele sob a pele de porcelana balsâmica de sua doce filha.

A razão para a ausência de suspeitas de Charlie era porque ele tinha visto o tamanho físico do meu irmão Emmett, o viço de minhas irmãs e o meu próprio tamanho, achando que os nossos pais, obviamente, alimentavam-nos mais do necessário. Eu achava esse pensamento particularmente divertido.

Embora eu soubesse que ele iria concordar sem hesitação, como cortesia, pedi permissão a Charlie para levar Bella em minha casa à noite. Eu vi apenas alívio em seus pensamentos; ele festava muito feliz por não ter que se preocupar com o entretenimento de Bella em seu aniversário.

Desta vez, Bella não recusou quando abri a porta do lado do passageiro da caminhonete. Na viagem para a minha casa, eu gemi interiormente por diversas vezes, em razão da falta de velocidade e dos barulhos mecânicos vindos da antiga picape. Eu gostaria de ter trazido o meu próprio carro; seria um prazer guiá-lo ao invés daquela relíquia enferrujada.

— Vá com calma — Bella advertiu-me, quando tentei acelerar novamente.

— Você sabe o que você amaria? Um belo Audi Coupe, muito silencioso, muito potente...

— Não há nada de errado com minha picape — Bella me cortou. — E por falar em coisas não essenciais, se você sabe o que é bom para você, não gastou nenhum valor em presentes de aniversário.

— Nem um centavo. — Respondi honestamente. Eu nem tinha comprado o CD em branco; Jasper tinha centenas deles.

— Bom.

— Você pode me fazer um favor? — Perguntei sentindo a falta de entusiasmo dela.

— Isso depende do que é.

Suspirei com sua obstinação.

— Bella, o último aniversário verdadeiro que qualquer um de nós teve foi o de Emmett, em 1935. Dê um tempo e não torne a noite de hoje difícil. Eles estão todos muito animados.

— Tudo bem, eu vou me comportar.

— Eu provavelmente devo avisá-la... — Eu comecei e parei. Bella não gostava de surpresas.

— Por favor.

— Quando eu digo que está todo mundo animado... Eu me refiro a todos.

— Todos? — Bella gemeu assustada.

— Pensei que Emmett e Rosalie estavam na África.

— Emmett queria estar aqui.

— Mas... Rosalie? - Bella perguntou hesitante.

— Eu sei Bella. Não se preocupe, ela estará bem comportada.

Era verdade que minha irmã tinha mostrado hostilidade e aversão significativa à Bella, principalmente devido à inveja. Isso tinha minado nossa relação de irmãos.

Eu decidi mudar de assunto, pois o pensamento da presença de Rosalie fez Bella sentir-se ansiosa.

— Então, se você não me permite lhe dar um Audi, há qualquer outra coisa que você gostaria para o seu aniversário?

— Você sabe que eu quero. — Sussurrou Bella.

Eu fiz uma careta. Bella não receberia a danação eterna, muito menos como presente. Porque não seria um presente. Seria uma abominação.

Bella tinha manifestado suas opiniões sobre o assunto várias vezes. Ela estava disposta a sacrificar sua vida para se tornar como eu. Um vampiro.

— Hoje não, Bella. Por favor.

— Bem, talvez Alice me dê o que eu quero.

Eu rosnei profundamente, enfurecido com o pensamento. Alice nunca transformaria Bella, nem qualquer outro membro da minha família. Eu nunca, jamais iria permitir que isso acontecesse.

— Este não será o seu último aniversário, Bella.

— Isso não é justo! — Rangia Bella.

Cerrei meus dentes para impedir uma discussão que seria inevitável se eu respondesse.

Bella gemeu quando chegamos em casa, ao perceber a decoração. Alice sempre era extravagante com os preparativos de festas e decorações, especialmente para alguém que não tinha a intenção de comemorar seu aniversário.

— Isto é uma festa. Tente ser boazinha e levar na esportiva. — Pedi.

— Claro.

Eu sai do carro e corri para o outro lado para ajudar Bella a descer.

— Eu tenho uma pergunta. — Ela disse quando abri a porta.

Eu esperei com apreensão que ela continuasse.

— Se eu revelar este filme, você vai aparecer na foto? — Bella perguntou cautelosamente, olhando para a câmera que ela havia recebido de presente de Charlie por seu aniversário.

Comecei a rir e seu receio se desintegrou. Ela havia tirado uma fotografia minha antes, quando tínhamos deixado a casa dela. Embora tecnicamente morta, minha espécie existia; tínhamos impacto sobre o mundo humano.

Suponho que os detalhes de minha própria existência deixavam Bella curiosa, porque até poucos meses atrás, tanto quanto Bella sabia, vampiros eram criaturas ficcionais, confinadas a filmes de terror e novelas vitorianas.

Eu ainda estava rindo enquanto caminhávamos para casa. Minha família saudou-a em uníssono, com um harmonioso 'Feliz aniversário'.

Sua boca se abriu em choque quando ela olhou ao redor. Uma festa, em uma casa cheia de vampiros, deve ter sido um pouco opressor. Eu beijei sua cabeça e coloquei meu braço em volta da cintura, em um gesto reconfortante.

— Ela poderia ao menos olhar com um pouco de satisfação. — Alice me disse mentalmente.

Eu olhei rapidamente para Alice, fato que passou despercebido para Bella, porque Esme avançou para abraçá-la suavemente.

— Desculpe-me por isso, Bella. Nós não conseguimos controlar Alice. — Carlisle disse, enquanto colocava o braço em torno dos ombros de Bella. Ele riu levemente em sua mente.

Não havia força suficiente para refrear Alice. Alice estava num estado de espírito exuberante, desenfreado, querendo abafar os sentimento de Bella em relação às festividades de seu aniversário, mas ela foi interrompida por Emmett.

— Você não mudou nada. — ele disse zombateiramente com sua voz profunda.

— Muito obrigada, Emmett. — Corou Bella.

— A mesma Bella de sempre. — Emmett pensou, antes de falar em voz alta.

— Eu tenho que sair por um segundo. Não faça nada engraçado enquanto eu estiver fora — Ele disse para Bella, enquanto piscava para Alice.

Meu irmão e irmã tinham planejado algo para acabar com a resistência de Bella em aceitar presentes.

— Eu vou tentar — Respondeu Bella.

Alice aproveitou sua chance e seguiu em frente.

— Hora de abrir os presentes. — Ela disse, com sua voz melodiosa.

— Alice, eu tenho certeza que lhe disse que eu não queria nada. — Bella gemeu.

— Mas eu não escutei. — Minha irmã riu.

— Abra. — Ela pediu enquanto jogava os presentes nas mãos de Bella.

Relutantemente, Bella rasgou o embrulho generoso, enquanto o resto de nós assistia.

Uma expressão confusa surgiu em seu rosto, quando ela abriu a caixa e a encontrou vazia.

— Err... obrigado... — Murmurou.

Houve risos baixinhos, enquanto Jasper explicava.

— É um aparelho de som para a sua caminhonete. Emmett está instalando agora mesmo para que você não possa devolvê-lo.

— Obrigada, Jasper, Rosalie. — Bella sorriu docemente

— Obrigada, Emmett — Chamou em voz alta, consciente de que ele seria capaz de ouvi-la lá de fora.

Emmett soltou uma gargalhada profunda, que encheu a sala, o que fez Bella rir também. Ela parecia estar um pouco mais relaxada agora; talvez ela desfrutasse seu aniversário, afinal.

— Abra o meu e o de Edward agora! — Alice disse animadamente, com todos se reunindo a nossa volta.

Bella rapidamente se virou para olhar para mim, com um brilho acusador em seus olhos.

— Você prometeu.

— Bem na hora. — Emmett sorriu, quando chegou de volta à sala.

— Eu não gastei nenhum centavo. — Garanti à Bella, enquanto eu afastava uma mecha de seu cabelo de seu rosto.

Ela virou-se para Alice e respirou fundo.

— Dê para mim. — Ela pediu.

Eu ri silenciosamente ao lado de Jasper; Emmett riu alto.

A minha irmã sorriu iluminada enquanto lhe entregava nosso presente para uma Bella relutante.

Eu ouvi o dedo de Bella raspar por baixo do papel e o silvo suave enquanto sua delicada pele era cortada. O delicioso aroma de sangue encheu a sala como o impacto de um pedra.

Em uma fração de segundo, tudo mudou completamente; a atmosfera de luz evaporou-se e foi substituída por uma aura mortal e escura. Havia agora predadores letais na sala. Eu era um deles.


O monstro sedento de sangue despertou dentro de mim quando o inebriante perfume do sangue dela ameaçou dominar-me. Uma insaciável sede ardia em minha garganta. O desejo irresistível de devorá-la tomou conta do meu corpo.

Uma gota do preciosa do sangue mais doce que eu jamais provaria caiu no chão; um tesouro cobiçado profundamente estava escandalosamente desperdiçado.

Eu já tinha experimentado antes. O sabor marcante reacendeu minha memória e era ainda mais saboroso do que eu lembrava. Eu imediatamente parei de respirar, incapaz de me concentrar. O sangue. Sangue de Bella. O aroma de Bella era doce; doce néctar que me hipnotizava.

Nem mesmo a metade de um segundo tinha passado quando minha atenção foi desviada. A resistência frágil de Jasper tinha acabado; seu comportamento transformou-se e ele voltou a ser um caçador letal. Eu vi seus pensamentos predatórios quando ele focou Bella.

— Não! — Urrei desesperado, enquanto voava para Bella, agarrando-a antes de empurrá-la comigo através da sala, sobre a mesa, esmagando o bolo e os pratos. Os cacos de vidro jorraram de forma explosiva em todas as direções, arranhando a minha pele de granito sem dano algum.

Caí com Bella no meio dos destroços de vidro e decorações do aniversário espalhadas, no mesmo momento em que Jasper se chocou contra mim, causando um impacto tão grande que me fez cambalear ligeiramente.

Meu corpo tomou, automaticamente, uma postura protetora, bloqueando o acesso de Jasper a minha Bella. Em sua posição de ataque, um rosnado escapou da boca de meu irmão, cheia de veneno; ele estalou seus dentes ferozmente, enquanto tentava chegar perto de mim.

Eu podia sentir uma grande quantidade de sangue espalhada, mas eu não ousava tirar meus olhos de Jasper para olhar para Bella. Eu não podia me permitir ser distraído. Mas eu estava desesperadamente preocupado com ela, torcendo para que ela estivesse bem e que eu não a tivesse machucado demais.

No momento seguinte, Emmett apareceu por atrás de Jasper, travando-o e dominando-o. Jasper lutou furiosamente contra o abraço de Emmett, desesperado para chegar a Bella. Seus pensamentos não tinham palavras; eram apenas instintos e sede de sangue intensos, lançando-o para o ataque.

Eu mantive meu foco em Jasper, enquanto eu escaneava os pensamentos de meus outros familiares. Todos estavam confusos. Frenéticos. Todos eles estavam lutando contra os seus instintos naturais de atacar e devorar. Eles todos olhavam para minha Bella com fome. Todos, exceto um. O único que poderia assumir o controle.

— Emmett, Rose, Jasper saiam. — Carlisle instruiu.

Certo, tudo bem, ficar longe do sangue. - Emmett pensou.

Ele puxou Jasper consigo para fora.

— Venha Jasper. — Ele disse enquanto Jasper rosnava e se debatia em seu abraço.

— Preciso dela! — Os pensamentos de Jasper gritavam.

Eu rosnei automaticamente, de forma absurdamente raivosa e mudei minha posição para garantir que Bella permanecesse totalmente protegida. Mas como ela poderia estar em segurança, enquanto estivesse cercada por vampiros sedentos de sangue? Eu mesmo, seu protetor, incluído entre eles.

Esme correu para abrir a porta para que Emmett e Rosalie saíssem com Jasper.

— Eu sinto muito, Bella. — Ela chorou sem lágrimas, antes de desaparecer depois deles.

Eu mantive meus olhos na porta e meus ouvidos atentos como medida de precaução, esperando Jasper vir correndo para atacar Bella novamente.

— Deixe-me chegar perto dela, Edward. — Meu pai pediu, enquanto tentava se aproximar de Bella para examiná-la.

Eu hesitei, não querendo baixar minha defesa.

— Edward! Eu preciso verificar as lesões de Bella. Existe uma grande quantidade de sangue. — Ele gritou em sua mente.

Concordei e ressentido abri passagem.

Carlisle avaliou Bella, auxiliado por Alice, enquanto eu permanecia imóvel com meus pensamentos.

O aroma do sangue fresco de Bella pairava fortemente no ar, eu podia sentir isso e não ousava respirar. Eu não queria perder o controle como Jasper. O perigo! O risco! Como eu poderia ter sido tão irresponsável?

As conseqüências das minhas ações nos últimos nove meses começaram a explodir em minha cabeça. Desde a primeira vez que eu a vi até aquele momento, eu tinha submetido Bella a todos os piores perigos possíveis.

Esta noite colocava as coisas em perspectiva. O esmagador abalo da compreensão era insuportável. Fiquei totalmente horrorizado com o que acabara de acontecer. Se eu fosse um ser humano como Bella, eu poderia tê-lo descrever como um — pesadelo.

— Bella, você quer que eu a leve ao hospital, ou você gostaria que eu cuidasse de você aqui? — Carlisle disse com sua voz suave, mas eu podia sentir a urgência em sua mente.

— Aqui, por favor. — Bella sussurrou.

— Eu vou pegar sua maleta. — Alice disse, antes de precipitar-se às escadas, para o escritório do meu pai.

— Vamos levá-la para a mesa da cozinha. — Carlisle ordenou.

Abaixei-me e delicadamente levantei Bella em meus braços, esperando desesperadamente não lhe causar mais dor do que ela já deveria estar sentindo. Carlisle continuou a manter a pressão sobre o braço de Bella, para estancar o sangramento, enquanto caminhávamos para a cozinha.

— Como você está se sentindo, Bella? — Perguntou ele, enquanto eu cuidadosamente a sentava em uma cadeira.

— Estou bem.- Ela respondeu confiante.

Eu não estava convencido. Alice já estava lá, esperando com maleta de médico de Carlisle. Sem hesitação, meu pai iniciou seu ministério e começou a tratar os ferimentos de Bella.

Eu estava lá. Congelado. Sem respirar. Apavorado demais para me mover. Eu invejava o controle do meu pai... como era fácil para ele, não se sentir desconfortável ao lidar com sangue. Dificilmente o incomodava, enquanto minha sede raivosa ressecava meu corpo. A tentação era repugnante e nojenta.

Até mesmo Alice estava melhor do que eu; ela permanecia estável, entretanto, dentro de sua mente, estava totalmente concentrada em Jasper, perguntando-se se estava tudo bem.

A verdade era que o sangue de Bella era mais potente para mim do que para qualquer outra pessoa. Minha boca estava encharcada de veneno. A barreira que eu mesmo criei colocou-me em agonia física.

— Saia, Edward. — Bella suspirou, perturbando meus pensamentos.

— Eu posso lidar com isso. — Eu disse, rangendo os dentes.

— Você não precisa ser um herói. Carlisle pode me tratar sem a sua ajuda. Vá tomar um pouco de ar fresco.

Concordei que o ar fresco ajudaria, milagrosamente esperando que limpasse meus sentidos. Não era seguro para eu estar perto de Bella, especialmente com a minha sede mal controlada.

Eu estava prestes a sair e deixá-la quando ela estremeceu de dor quanto Carlisle começou a remover os cacos de vidro de sua ferida. Eu não podia deixá-la sofrer qualquer tipo de dor. Ver sua dor era muito pior do que a minha própria agonia.

— Eu vou ficar. — Eu disse teimosamente.

— Por que você é tão masoquista? — Bella murmurou.

— Edward, você ajudaria mais se encontrasse Jasper antes que ele vá para muito longe. Tenho certeza que ele está chateado consigo mesmo e duvido que ele ouça alguém, a não ser você, neste momento. — Meu pai intercedeu.

— Sim, vá encontrar Jasper. — Bella concordou ansiosamente.

— Você poderia muito bem fazer algo útil. — Alice incitou.

Eu não apreciei seus esforços para me obrigar a sair, mas eu achei melhor não discutir; sai resignado, muito a contragosto, deixando Carlisle continuar o tratamento dos ferimentos de Bella.

Meus olhos demoraram brevemente em Bella antes de correr porta afora. Assim que me vi na noite, com uma distância significativa de casa, eu me permiti inspirar profundamente. O ar fresco que eu respirava estava livre do aroma do sangue de Bella.

Eu senti uma onda de alívio enquanto o ar puro acalmava meus instintos predatórios. Andei devagar, dando-me alguns minutos para organizar meus pensamentos. Forcei-me a permanecer calmo enquanto eu me dirigia para encontrar... e conversar com Jasper.

Dois segundos depois, Alice estava do meu lado; obviamente ela queria encontrar Jasper também. Após um minuto eu a segui pelas árvores, para localizar o meu irmão que tinha acabado de atacar a pessoa mais importante no meu mundo... Minha Bella.

Achei-o embrenhado na floresta, sentado no chão coberto de musgo; sua cabeça entre as mãos, Alice e Emmett estavam sentados ao lado dele. Eu podia ouvir seus pensamentos e ele estava totalmente enojado, com desgosto e culpa por quase matar a pessoa que seu irmão amava mais do que tudo, além de ser a melhor amiga de Alice.

Com a minha aproximação, Emmett e Alice se viraram para olhar para mim, suas expressões eram ilegíveis. Mas pude ver em suas mentes, os dois estavam em estado de choque. Jasper mantinha sua cabeça entre as mãos, mas sabia da minha presença e falou-me mentalmente

— Eu sinto muito mesmo, Edward.

Eu pude ver que ele estava, continuamente, repassando mentalmente o ataque, como se sua mente não lhe permitisse esquecer, exatamente como a minha. Enquanto eu via o ataque através da mente de Jasper, eu testemunhava como ele focou Bella, como seus sentidos assumiram o controle e seu único objetivo, naquele momento, era destruí-la por causa do suco vermelho escorrendo em seu dedo.

Minhas mãos se fecharam em punhos ao meu lado e tive que usar toda a minha força de vontade para não mudar para a posição de ataque. Jasper sentiu a mudança brusca de emoções pulsando através de mim e num movimento rápido, pulou sobre seus pés e correu para as árvores, deixando para trás um silencioso pedido de perdão.

— Jasper! — Alice chamou preocupada, enquanto se preparava para ir atrás dele.

— Deixe-o, Alice. Ele vai ficar bem. Deixe-o ter algum descanso de todas as emoções expressas aqui. — Eu disse calmamente.

Jasper logo ficaria bem. Ele precisava de um tempo para lidar com suas ações. Nós todos precisávamos.

Emmett correu para encontrar Rosalie para irem caçar, abrandando a sede que sentiam, enquanto Alice e eu andávamos silenciosamente de volta a casa.

Eu mantive minha distância de Bella. Eu mal conseguia olhá-la em razão de toda a culpa que eu sentia, mas eu mantive meus olhos firmemente sobre ela, observando cada movimento e expressão com cuidado.

Seu braço estava enfaixado, cobrindo as feridas que eu tinha feito, apesar de serem menores em comparação com o que Jasper teria feito.

Ainda assim eu era o culpado. O remorso me invadiu. Eu tinha exposto o seu sangue para vampiros sedentos.

Alice trouxe à Bella uma muda de roupa limpa e deu-lhe os presentes que ela não tinha aberto, antes que eu a levasse para casa em sua caminhonete.

Nenhum de nós falou. O silêncio era desconfortável.

— Diga alguma coisa.— Bella implorou depois de alguns minutos.

— O que você quer que eu diga?

— Diga-me que você me perdoa.

Era como se meu intestino estivesse sendo retorcido em estado de choque e raiva.

— Perdoar você? Por quê?

— Se eu tivesse sido mais cuidadosa, nada teria acontecido.

— Bella, você se cortou em um pedaço de papel... algo que dificilmente merece a pena de morte.

— Ainda assim é minha culpa.

Eu estourei.

— Sua culpa? Se você tivesse se cortado na casa de Mike Newton, com Jéssica e Angela e seus outros amigos normais, o que poderia ter acontecido de tão horrível? Talvez eles não tivessem encontrado um curativo? Se você tivesse tropeçado e esbarrado numa pilha de pratos de vidro... sem que alguém tivesse te jogado em cima deles... mesmo assim, o que seria tão ruim? Você derramar sangue no banco do carro enquanto eles te levavam para o pronto socorro? Mike Newton poderia ter segurado a sua mão enquanto eles te davam os pontos... e ele não precisaria lutar contra a ânsia de te matar enquanto estivesse lá dentro. Não tente jogar isso pra cima de você, Bella. Isso só vai me deixar ainda mais enojado comigo mesmo.

— Como diabos Mike Newton acabou entrando nesta conversa? — Bella perguntou.

— Mike Newton veio parar nessa conversa porque seria muito mais saudável para você estar com Mike Newton. — Eu rosnei, ficando realmente irritado.

Eu preferia ser exterminado a ver Bella com Mike Newton. Mas a minha afirmação era verdadeira. Minha ruína me cercava.

— Eu prefiro morrer a ficar com Mike Newton. Eu prefiro morrer a estar com mais alguém além de você.

— Não seja melodramática, por favor. — Respondi friamente, embora ela tenha expressado exatamente os meus sentimentos.

— Tudo bem, então não seja absurdamente ridículo. — Ela respondeu.

Nós mergulhamos no silêncio mais uma vez, até que chegarmos a sua casa, onde ela me pediu para passar a noite.

— Eu devo ir para casa. — Respondi.

Doía-me a estar longe de Bella, eu lutava com a ansiedade de não estar na sua presença, mas esta noite as coisas haviam mudado irrevogavelmente. Não meus sentimentos por ela... Não, eles nunca mudariam. Era outra coisa; algo que minha mente ainda não estava alcançando, mas eu sentia a diferença.

— Pelo meu aniversário? — Ela implorou.

Eu gemi mentalmente.

— Você não pode ter as duas coisas... ou você quer que as pessoas ignorem o seu aniversário ou não. Ou um ou outro.

Ela suspirou.

— Tudo bem. Eu decidi que não quero que você ignore meu aniversário. Vejo você lá em cima. — Ela disse, enquanto agarrava seus presentes e saia do carro.

— Você não tem que ficar com os presentes.

— Eu quero.

— Não, você não pode querer. Carlisle e Esme gastaram dinheiro com você.

— Eu vou sobreviver a isto. — Ela disse, antes de fechar a porta com força

Eu sai da picape e num piscar de olhos estava ao lado dela.

— Ao menos, deixe-me levá-los. Eu estarei no seu quarto.

— Obrigado. — Bella sorriu, aquecendo meu coração congelado.

— Feliz aniversário. — Eu murmurei, antes de dar-lhe um beijo rápido e desaparecer acima da parede de seu quarto com seus presentes.

Sentei-me na cama de Bella esperando. Não demorou muito para ela aparecer, subindo no meu colo, dizendo que queria abrir os presentes. Eu os desembrulhei para ela, ignorando o seu comentário sarcástico. Eu estava sendo cauteloso de todas as formas possíveis a partir de agora.

Fiquei contente com as reações de Bella com as passagens de avião para ver sua mãe e o CD que eu fiz para ela, que foi colocado imediatamente em seu CD player. A emoção a tomou quando a melodia encheu o quarto. Seus olhos encheram-se de lágrimas, mas eu achei que ela estava com dor.

— Não, não é o meu braço. É bonito, Edward. Você não poderia ter me dado nada que eu amasse mais.

— Eu não acho que você iria me deixar trazer um piano, para que eu pudesse tocar por aqui.

— Você está certo. — Ela respondeu.

Mas eu ainda tinha de garantir que ela não estava com qualquer tipo de dor.

— Como está o seu braço?

— Muito bem. — Bella respondeu automaticamente.

Eu não acreditei nela nem por um momento.

— Eu vou pegar um comprimido.

— Eu não preciso de nada. — Bella disse teimosamente.

Eu ignorei seus protestos e, cuidadosamente, tirei-a do meu colo.

— Charlie. — Bella advertiu.

— Ele não vai me pegar. — Garanti a ela antes de sair de forma rápida e silenciosa, correndo para o banheiro para pegar o medicamento e em seguida, retornar.

Ela tomou o comprimido sem hesitação, provando-me que seu braço estava realmente incomodando.
— É tarde demais. — Informei-lhe, esperando que ela descansasse.
— Obrigada novamente.
— De nada.—
Ela ficou em silêncio por algum tempo, enquanto ouvíamos a música que eu tinha composto para minha mãe, mas eu sabia que Bella não estava dormindo.
Não conseguia me concentrar nos sons, em vez disso a minha mente estava correndo com pensamentos incontáveis.
Eu sabia que não poderia mudar os acontecimentos desta noite, apesar de eu dar qualquer coisa para poder fazê-lo. Eu queria o poder de mudar tudo. Eu precisava encontrar uma maneira de corrigir os meus impensados erros. Minha relação com Bella era errada. Antinatural.
O equilíbrio entre o meu desejo por ela e a necessidade que eu tinha pela sua segurança era irritantemente difícil de estabelecer. Talvez fosse impossível o entrosamento entre as duas.
Eu não poderia mudar o que eu sou. Como eu poderia fazer as coisas direito?
— O que você está pensando? — Bella sussurrou curiosa.
— Eu estava pensando sobre o certo e o errado — Eu respondi timidamente.
Vi seus olhos aumentarem ligeiramente.
— Lembra-se que eu decidi que não queria que você ignorasse meu aniversário? — Disse-me numa voz apressada, obviamente tentando distrair-me dos meus pensamentos.
— Sim?—
— Bem, eu estava pensando, já que ainda é meu aniversário, eu gostaria que você me beijasse de novo .

Isso seria uma distração. Uma das más.

— Você está gananciosa esta noite. — Afirmei.

— Sim, eu estou - mas, por favor, não faça nada que você não queira. — Bella respondeu com uma voz rebelde.

Eu ri nervosamente. Minha mente estava girando furiosamente, eu não conseguia formar pensamentos de uma forma coerente.

Eu queria Bella. Eu queria estar com ela. Mas eu não queria que Bella estivesse comigo. Eu queria que ela estivesse segura.

Atendi o meu desejo.

— Deus nos livre que eu faça alguma coisa que eu não quero fazer.

Minha atração física por Bella se intensificou de uma forma repentina no momento em que nossos lábios se tocaram. Eu tentei controlá-la... Mas eu não podia. Era alguma coisa inexplicavelmente forte.

O desespero da paixão e do desejo me dominaram e eu cruzei as estreitas fronteiras de nossa relação, que eu mesmo tinha estabelecido. Eu deixei o bom senso para trás.

Eu não parei o beijo... Nem queria parar. Eu me permiti sentir o imenso prazer me invadindo.
sabia estar perdendo o controle rapidamente, enquanto eu enfiava meus dedos através do cabelo de Bella. Nossos lábios vorazes presos um no outro. Mas ainda assim eu não parei.

O coração de Bella estava pulsando furiosamente. Eu ouvi o bombeamento do sangue em suas veias e imediatamente me lancei para longe.

O cheiro do sangue era um convite, uma grande e significativa distração, lembrando-me dos riscos que eu estava correndo.

Sem ar, Bella caiu sem forças em sua cama.

Minha respiração estava frenética. Eu tinha ido longe demais.

— Desculpe, eu estava fora de mim. — Eu sussurrei.

— Eu não me importo.

— Tente dormir, Bella. — Eu fiz uma careta para a sua falta de noção pela própria segurança.

— Não, eu quero que você me beije de novo.

— Você está superestimando meu autocontrole.

— O que é mais tentador para você, meu sangue ou meu corpo?—

Eu sorri suavemente.

— Dá empate. Agora, por que você não para de jogar com a sua sorte e vai dormir?

— Tudo bem. — Bella respondeu com desdém.

Ela se aproximou, aconchegando-se em meu corpo gelado e fechou os olhos. Por fim ela dormiu, deixando-me sozinho com as memórias angustiantes da noite.



Oi pessoal..espero q gostem.. E tb comente..POIS SERÁ PELOS COMENTARIOS QUE ME DARAM MAIS GANA PRA POSTAR BJS...

KRISTINE

12 comentários:

  1. Cadê o resto amr, quero mais, tenho sede da saga crepusculo kkkkkk', ta muuuuuito bom garota, sem palavras, muiito obrigada querida, queria muuito mesmo ler Lua Nova pelos olhaos de Edward vlw meesmo !!!!

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  2. posta por favor tem um tempao que eu procuro uma boa fic com esse tema!!!POSTA nem que seja por mim e pela ana!!!!

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  3. Ta perfeito, mais quero mais!!!
    Adorei, só espero que continua por favor...
    bjs está de parabéns...

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  4. quando postas mais capitulos???

    estou anciosa para ler a continuação...

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  5. Poder entender o lado do Edward é maravilhoso, seja qual for a situação,aliás,o livro.A Sensibilidade que emana dele é um misto de altruísmo e masoquismo, é o que o torna tão atraente.Qual mulher não gostaria de ter esse ser tão maravilhosamente fiel do lado? Por favor, permita-nos continuar a ver essa estória através do cullen.

    Beijos!

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  6. Acabeii de mecherr e acheii esse blog!que mara!
    Parabens AMOOO CREPUSCULOO de paiixao,aiii.........
    TEAM edward e TEAM jacob

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  7. uaiii tem mais nao?? cade o resto gata?? queroo mais!!

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  8. cara semmmmmmmmm noção perfeito mais te imploro coloque o resto:( estou morta de curiosidade!!!!
    preciso saber e agora o que acontece...
    Nossa to acustumada com a bella narrando mais ele torna tudo tão mais fantasticooooo!

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Voltarei tão rápido que você não terá tempo de sentir minha falta. Cuide de meu coração ele ficou com você!....

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