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terça-feira, 2 de março de 2010

*11°_ Cap. do LUA NEGRA VERSÃO DE LUA NOVA NA VISÃO DE EDWARD


Meus olhos ficaram nublados e tudo ficou escuro. O fim havia chegado. Muito rapidamente. Como isso pôde ter acontecido? Bella estava morta. Nada me importava. Meu mundo estava vazio. Minha vida acabara. Minha existência estava sem sentido. Minha razão de ser fora retirada de mim. Eu não tinha mais nada por que viver.

Eu realmente acreditara que a minha dor, minha tortura, o sofrimento que eu sentia por deixar Bella eram as piores coisas pelas quais eu podia passar. Eu não sabia de nada mesmo, não imaginava que pudesse sentir algo ainda mais doloroso e cruel.

Nada se comparava a isto. Era terrivelmente esmagador. Era como se eu estivesse sendo triturado para virar poeira. Era uma agonia tão grande que ninguém em sã consciência poderia imaginar.

A confirmação de que meu amor já não existia enviou lampejos de dor para lugares dentro de mim que eu nunca havia sentido antes. Cada célula que eu tinha vibrava de dor. Era excruciante. Era desumano... mas eu não era humano...

A aflição estrangulou meu corpo me dilacerando. Eu senti meu coração quebrar em mil pedaços mesmo ele estando junto com Bella e meu peito vazio.

Eu queria chorar. Meus olhos queimavam, minha garganta queimava, meu corpo queimava. Eu me sentia exausto, totalmente exaurido. Eu estava paralisado pela dor e nem sequer tinha energia para soluçar sem lágrimas.

O mundo tinha parado de girar. O tempo deixou de passar. O universo havia desaparecido. Eu tinha caído em um buraco negro onde não havia nada, não havia luz.

Eu estava submerso em uma tristeza imensa. Estava afogado. Como isso pôde ter acontecido? Eu me perguntava repetidamente. Bella ... morta.

Como duas palavras em uma única frase podiam destruir minha vida?

Será que ela se suicidou? Rosalie disse que pulou de um penhasco.

Era óbvio que ela tinha propositalmente tentado matar-se.

Ela fez isso por minha causa?

Havia um forte sentimento de culpa me acusando.

Eu não sabia o quanto eu a tinha ferido ao deixá-la, afinal eu sabia que ela me amava. O suficiente para fazê-la tirar sua própria vida? Oh céus, o que eu tinha feito com ela?

Eu tinha deixado Forks para proteger a vida frágil de Bella, eu a tinha magoado brutalmente, para além de qualquer reparação, mas eu jamais poderia ter imaginado que poderia ser o suficiente para fazê-la querer deixar a vida. Eu queria acreditar que ela deixaria simplesmente de me amar.

Bella. Morta. Perdida para sempre. Inalcançável. Sem volta. Minha doce, descoordenada e quebrável Bella. As memórias doces e amargas me dominaram. Eu e ela juntos. Seu rosto, seu toque. Seus beijos. Seu perfume. Seu desejo. Seu amor.

Não haveria mais a possibilidade de ver seu rosto bonito novamente.

Quando ele se iluminava num sorriso surpreendente – e ela me enchia de alegria.

Quando ela corava tímida – o que fazia a minha respiração parar, sentindo o sangue doce que corria sob sua pele.

Quando ela me tocava delicadamente enviando uma corrente de calor por todo meu corpo.

Quando ela declarou seu amor por mim, e eu senti meu coração congelado, bater.

Quando eu a beijava e ela parava de respirar.

Tudo isso acabara.

Agora eu entendia como era a sensação de ter amado e perdido seu amor. A dor da tristeza e saudade era brutal. Eu a tinha amado e perdido o dia em que a deixei.

Foi essa dor que ela sentiu quando eu parti? Era como se eu tivesse morrido?

Eu não podia suportar a idéia de sua resistência à tortura e agonia que eu tinha imposto a ela. Isso me fez uivar em agonia.

Mas querer dar um fim em sua vida ... como ela poderia ter feito isso? Comigo, com sua mãe e seu pai?

Eu encontrei alguma força em minha mágoa e fiquei imediatamente furioso. Minhas mãos estavam com os punhos cerrados e saltei sobre os meus pés, liberando-me da paralisia.

Tudo que eu tinha desejado para a minha Bella era que ela estivesse segura e feliz, em vez disso, eu a tinha destruído. Isto era minha culpa. Eu tinha destruído Charlie e Renee também - sendo o motivo da morte da sua filha. Eu era um monstro vicioso. Uma criatura repulsiva, assassina.

Eu queria morrer. Eu queria sangrar. Comecei a arranhar minha pele, as unhas escavando, tentando penetrá-la. Não funcionou. Nem sequer me arranhei. Olhei ao redor à procura de algo mais para tentar me machucar.

O armazém abandonado que eu tinha habitado, nas últimas semanas estava deserto de mobiliário. Tudo que eu podia ver era o bolor nas paredes de tijolos em ruínas me cercando. Me aproximei da parede e rapidamente bati meu punho nela. O muro minado pelo impacto de meu braço foi direto para o chão. A adrenalina pulsava através de meu corpo e eu continuava a bater e demolir as paredes a minha volta, até que houve uma queda colossal na lateral do prédio.

Eu caí de joelhos, quando o desespero tomou conta de mim depois daquele ineficaz acesso destrutivo. Eu enterrei meu rosto em minhas mãos e deixei escapar um soluço estridente de luto.

Eu não tinha lágrimas. Eu só tinha dor. Eu queria morrer. Eu merecia a partir desta vida. Eu queria queimar nas profundezas do inferno.

A vida de Bella tinha sido roubada dela. A morte a levara de mim por causa de minhas próprias ações. Eu não poderia sobreviver sem a minha Bella. A vida, a existência ... ambos estavam sem sentido e fisicamente eu não poderia suportar o resto da eternidade sem ela.

Eu tinha que ser aniquilado. Mas como? Seria difícil para mim destruir-me. Quase impossível. Só Deus sabe quantas vezes Carlisle tentou depois de ser transformado. Eu não poderia me afogar. Respiração não era uma exigência para os vampiros. Minha pele era impenetrável, exceto para veneno de dentes vampiros, e eu sabia que minha família não me ajudaria.

Eu só tinha uma alternativa. Uma escolha na qual eu tinha pensado na primavera passada quando eu quase perdera Bella para outro monstro repulsivo.

O tempo tinha chegado, eu devia pagar por minhas transgressões. Eu iria expiar os meus pecados. Eu iria bater às portas do inferno. Eu estava indo para a Itália.

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