CAPITULO 33
Era uma experiência nova, Comer hot pocket no café da manhã.
Não que fosse exatamente de manhã.
Na verdade eu não fazia idéia de que horas eram.
Nem onde estavam minhas roupas.
E meu cabelo devia estar no estado deplorável.
Mas quem se importava?
Eu estava feliz feito uma idiota.
Só porque vestia uma camisa masculina, que ele jurou que estava limpa quando pegou de algum lugar do chão e comia hot pocket mal esquentado.
Mas nada disto importava porque Robert estava com a cabeça no meu colo, enquanto tocava alguma música de Van Morrison no violão e meus dedos livres estavam em seu cabelo.Eu queria ficar assim pra sempre.
No nosso pequeno mundo particular.
-Esta música é legal – comenteiEle levantou a sobrancelhas-Conhece Van Morrison?-Alguma coisa
Vou te mostrar tudo.
Ele é o melhor.
Eu acrediteiEu acreditaria em qualquer coisa que ele me dissesse naquele momento. Até que a terra é quadrada.
Eu até gostava daquela gororoba industrializada que ele me dera pra comerEu estava perdida mesmo.
E não me importava nem um pouco.Porque ele sorria pra mim. Aquele sorriso de virar meu corpo do avesso. E eu abaixei cabeça pra beijá-lo, num impulso irresistível. Embora eu tenha passado a maior parte da noite fazendo exatamente isto, entre outras coisas menos ortodóxicas.Rob era assim. Viciante.Ele riu quando me afastei, mas sua mão subiu para minha nuca, me prendendo, me beijando de novo.Eu estava sem fôlego, quando ele finalmente me soltou-você esta com gosto de hort pocket - ele falou rindo-você precisa abastecer sua geladeira se quer que eu fique aqui-não esta aqui a nem um dia e já faz exigências, Kristen?-é melhor se acostumar. Eu sou muito chata.
Não ouviu falar?
-Você era chata quando não estava comigo
-Ah! - eu me fingi de indignada e empurrei eleQue ria, colocando o violão de lado, me puxou pra seu colo, a boca colando na minha.Sua pele era morna e deliciosa contra a minha e eu travei meus braços em volta de sua nuca.E nem me lembrava mais do que estava falando quando ele finalmente me deixou respirar.Encostei a cabeça em seu ombro, o ar voltado aos meus pulmões, sentindo seus lábios em meus cabelos.-eu gosto de ter você aqui Kristen – ele falou contra meus cabelos, me apertando mais forte.-mas não estava aqui quando eu cheguei ontem hein?Mas que merda! Este pequeno comentário infeliz, fez o assunto voltar a minha mente.Onde será que ele tinha se metido ontem?Eu mordi os lábios. Não devia insistir naquilo, devia?Mas o que é que ele podia estar fazendo demais?Eu o fitei-Onde estava ontem mesmo? - indaguei casualmenteEle deu de ombros, com aquele meio sorriso despreocupado-por aíEu levantei a sobrancelha-Por aí onde?“pára agora com este assunto, algo gritava dentro de mim”Ele desviou o olhar, pegando o violão de novo-fui beber com alguns amigos-Hum...Eu queria perguntar “que amigos?”Mas fiquei calada. Era meio psicótico aquela vontade louca de saber o que ele fazia todas as horas que não estava comigo.-e onde você estava Kristen?-O que?-eu liguei pra sua casa – ele ainda tocava, sem olhar pra mim-ligou é?-sim. Falei com a sua empregada acho... ela não sabia dizer onde você tinha idoEu mordi os lábios com forçaSeria prudente eu contar que estava com Michael?Talvez não.Dei de ombros-Tinha alguns compromissos.. nada importante... Porque não ligou no meu celular?-Sei-lá...-por isto saiu “por aí”?-algo assimEu abracei meus próprios joelhos, o observando tocar.E quando eu olhava pra ele, as coisas ruins, as coisas de fora de nossa bolha iam desaparecendo.Rob olhou pra mim, com aquele olhar matador e eu me aproximei, como se um imã me puxasse em sua direção. Ele tirou o violão a tempo, antes que eu pulasse me cima dele, beijando sua boca.Ele riu quando caiu pra trás, comigo em cima, seu riso reverberando em mim-isto quer dizer que estou perdoado, Kristen?-talvez...Eu me sentei sobre ele, os dedos indo até os botões da camisa dele que eu usava.A expressão dele mudou de divertida para interessada e eu sorri, quando abri a camisa-você me assusta as vezes Kristen – ele falou com a voz roucaeu ri-Buddy... que pena que eu tenho de você... – eu falei acabando de despir a camisa e ele aproximou-se, os dedos nos meus cabelos, a boca devorando a minha com força e eu parei de rir, uma corrente elétrica percorrendo minhas veias e o coração disparando no peito.Passei meus braços em volta dele, beijando-o de volta, como se disso dependesse minha vida, sentindo as mãos dele se apossarem de mim, de uma maneira que devia ser proibida, até não restar nada na minha mente, a não ser aquela sensação de que nada mais existia, a não ser nossos corpos em sintonia total, completando nosso pequeno pedaço de paraíso.E depois, quando eu fechei os olhos, sentindo seu corpo morno junto ao meu, e seus braços em volta de mim, eu me perguntei se seria possível aquilo durar...Mas durou. Pelo menos estava durando.Junho passou rápido e julho também.E nossa bolha ainda estava lá.Depois daquele dia que eu passei com ele, sem pensar em mais nada, eu voltei pra casa e meu pai insistiu muito pra saber onde eu estava na ultima noite.Depois disto, pra evitar aquele tipo de interrogatório, eu disse a Rob que não podia mais passar a noite ali. Ele resmungou algo sobre eu ser absurda, mas não contrariou.Aliás, era ele quem me acordava quando eu pegava no sono, me lembrando que eu tinha que ir embora. Às vezes, ele me convencia a me levar e eu rezava pra que ninguém visse aquele carro velho dele e juntasse dois mais dois.Mas eu era fraca em relação a seus pedidos.-Vou te levar pra Inglaterra – ele disse certa vez-Ah é? - eu ri-Claro que sim. E vamos dirigir até a RússiaEu ri do absurdo. Mas sabia que se ele falasse sério, eu iria com ele. Até o fim do mundo, se fosse preciso.Nós não saíamos muito, claro.Não queria arriscar. Apesar da gente ter sorte de nenhum paparazzi andar na nossa cola.Então passávamos muito tempo no seu apartamento. Ele até fizera o favor de comprar outras coisas sem ser hot pocket e cerveja. Não que eu reclamasse.Eu nem lembrava de comer quando estava perto dele.E eu adorava vê-lo tocar. Podia passar horas vê-lo tocando.As vezes ele levantava a cabeça e dava aquele risinho pra mim, aquele que fazia a pele arrepiar e o coração disparar no peito.E então ele me ensinava a tocar.As vezes não dava em nada claro, eu me distraía fácil com sua voz em meu ouvido, mas até que eu comecei a gostar da idéia e até comprei um violão pra mim.Ele dizia que eu estava ficando boa, mas eu não acreditava muito.Eu respirava Robert Pattinson.Vivíamos nunca bolha alheio ao resto do mundo.E era exatamente por isto que eu insistia que tudo deveria ficar só entre nós.Em público ainda éramos apenas dois colegas de trabalho.Apesar que ele sempre me lançava aqueles olhares, criando uma tensão que ia aumentando dentro de mim. E eu não via a hora de estarmos sozinhos para eu pular em cima dele.E claro que isto acontecia sempre.Era difícil me manter longe dele. Era como uma droga.Eu não conseguia mais pensar minha vida longe dele. Era maravilhoso e assustador.Porque eu tinha medo do fim.Não que eu achasse que havia algum motivo que me mantivesse longe dele, ou algo assim.Mas eu tinha medo. O que era normal. Acho.Eu nunca tive um relacionamento assim. Onde sentisse esta necessidade toda de alguém, ainda mais alguém como Rob.Aquilo ia durar? Eu queria que sim. Que nada mudasse em nosso mundinho particular.Mas como nada é pra sempre, um dia o telefone tocou e era alguém da produção do filme.A gente tinha passado aqueles dois meses quase sem trabalho sobre Twilight, mas a pessoa da produção me informou que íríamos participar da comic com em San Diego.Eu desliguei e fiz uma careta.Primeiro que eu detestava eventos daquele tipo, segundo que justamente neste fim de semana que iria ser o evento, meus pais iam viajar e eu poderia passar todas as horas possíveis com Rob.Agora eu iria passar com ele sim, mas não do jeiro que eu queria.A vida era injusta mesmo.Eu dirigi até seu apartamento e ele me puxou pela camiseta quando me viu, enterrando a cabeça em meu pescoço-que cara é esta, Kristen?-você não recebeu o telefonema?-você fala como se fosse ser crucificada em praça pública-Eu odeio estas coisas-eu sei-o pior é que eu ia te contar que justamente neste fim de semana eu ia ficar aqui com você, porque meus pais vão viajar e...-você podia ficar sempre, Kristen-Não começa – eu me afasteiAs vezes ele vinha com esta história de que eu era absurda por querer manter tudo em segredo.Mas eu não achava nada absurda. Eu achava essencial.Ele riu sentando no sofá e ligando a TVEu revirei os olhos irritada.-Nós estamos discutindo uma coisa importante e você vai vai televisão?Ele riu ainda mais, me puxando pra que eu sentasse ao lado dele-Deixa de ser absurda KristenEu bufei, apesar de não opor resistência a seus braço em volta de mim.Foi então que eu percebi o que estava passando.Era "O último tango em Paris"Eu ri e o fitei-Eu não acredito-Pelos velhos temposEu sacudi a cabeça-Isto é realmente estranho-O que? - ele falou brincando com meus cabelos-a gente aqui... vendo este filme... parece que faz anos luz que vimos pela primeira vez..Ele apenas riu, deitando no sofá e me puxando com eleE eu ia acrescentar que tudo tinha mudadoNaquela época, eu nem sabia o que queria.Aliás, eu achava que sabia.Eu pensava que aquele inglês de cabelo bagunçado era apenas um colega de trabalho.Nem fazia idéia que ele ia se tornar o centro do meu universo.Eu suspirei e me aconcheguei a ele, vendo o filmeLembrei que um dia eu nos comparara a Jeanne e PaulE ri quando a perversão começou.-você não esta vermelha desta vez, Kristen – ele falou no meu ouvido-não sei do que esta falando-você ficou vermelha quando viu isto la no OregonEu ri-eu estava morta de vergonha de estar vendo isto com você e não pela cena. Não sou tão provinciana Pattinson.A mão dele acariciou casualmente minha cintura por baixo da minha blusa-Ah não? Está dizendo que já fez alguma perversão desta daí? - ele perguntou dentro do meu ouvidoEu ri, sentindo meu pulso acelerar. E nem tanto pelas cenas do filme e sim pela mão que subia dentro da minha blusa e sua voz na minha pele.-Este tipo de perversão é demais pra mim, PattzEle riu, fazendo cócegas na minha orelha-como eu disse... bem provinciana, KristenE fechei os olhos, esquecendo do filme na tela por um momento ao sentir os dedos dele no meu sutiã.Agora os lábios dele percorriam minha garganta lentamente.-não sou provinciana, Rob... - murmurei tentando manter a sanidade, apesar da temperatura estar subindo de maneira alarmante.Ele riu, os lábios fazendo um caminho da minha nuca até meu ouvido-então prove, KristenEu gemi, perdida e me virei pra ele, a boca pressionando a sua sofregamente.E começamos nossa própria perversão.continua..
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Voltarei tão rápido que você não terá tempo de sentir minha falta. Cuide de meu coração ele ficou com você!....