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sexta-feira, 30 de abril de 2010

LUA NEGRA CAP..22



22 - Pedido

Eu não estava com raiva de Bella. Eu estava furioso com o que ela estava fazendo. Furioso porque no fundo do meu coração eu já sabia o que cada um deles iria dizer e temia o resultado da votação.



Meus pais e irmãos, com exceção de Rosalie, já consideravam Bella como parte da família e estavam dispostos a concordar com sua transformação para torná-la verdadeiramente uma de nós.



Um monstro.



No entanto, eu não podia me recusar a levar Bella para ver minha família, muito menos impedi-la de ir... nós já tínhamos tido disputas suficientes desde que ela acordara.. Além disso, Bella iria sozinha se eu não quisesse levá-la... sendo a linda... e obstinada criatura que era.



Mas, independentemente do que ocorresse, independentemente do resultado...eu seria inflexível em minha decisão de manter Bella humana e inalterada. Coloquei-a em meus braços e pulei a janela, tentando não sacudi-la muito.



— Tudo bem, então, suba. — Eu disse com voz severa, tentando reter minha raiva e ajudando-a a subir em minhas costas.



Quando Bella estava segura, corri a toda velocidade na direção das árvores.



Eu podia mais uma vez apreciar a excitação da velocidade, agora que Bella estava comigo ... me completando novamente.



Os raios da lua irradiavam-se para todos os lados, fazendo brilhar as folhas como prata. A beleza noite nos envolveu no ambiente pacífico da floresta. A dança do luar entre as árvores era de arrepiar. Eu queria que Bella pudesse ver isso do mesmo modo que eu.



Os únicos sons eram o silvo do ar girando em torno de nós enquanto eu corria, e os passos leves dos pés dos animais noturnos em vagando.



Eu deixei que a raiva escorresse de minha mente e me concentrei em aproveitar o momento feliz com Bella. Bella virou a cabeça e beijou minha bochecha. A suavidade de seus lábios enviava um calor pulsante que atravessou todo meu corpo.



— Obrigado. — Isso significa que você concluiu que você está acordada? — Eu perguntei.



O doce som da sua risada ecoou pela noite.



— Para ser bem sincera, não realmente. Mas, de qualquer maneira, eu não estou tentando acordar. Não esta noite.



— Vou de alguma forma ganhar sua confiança de volta. Nem que seja a última coisa que eu faça. — Prometi a mim mesmo em voz alta.



— Eu confio em você. — Ela garantiu — É em mim que não confio.



— Explique isso, por favor. — Eu disse, de repente, desacelerando para prolongar meu tempo a sós com ela naquele ambiente tão idílico, lhe dando a oportunidade de continuar a nossa discussão e ouvir a sua voz doce. Estávamos nos aproximando da minha casa e eu não estava preparado para discutir planos de imortalidade... assim eu desacelerei para uma caminhada.



— Bom... não confio em mim para ser o suficiente.... Para merecer você... Não há nada em mim que possa prendê-lo. — Bella disse suavemente.



Sua declaração me fez parar abruptamente. Ela pensava que eu era bom demais para ela? Quando será que ela conseguiria se ver claramente? Quando ela perceberia que eu era o afortunado, que não a merecia?



O único que estava profundamente apaixonado por ela. O único que estava preso a ela de forma incondicional. Aquele que nunca iria deixá-la novamente.



Eu me voltei para tirá-la de minhas costas, embalado-a nos braços por um momento, segurando-a perto do meu coração, antes de colocá-la sobre os pés.



— Sua prisão é permanente e inviolável. Jamais duvide disso. — Sussurrei com tranqüilidade.



Uma expressão de incerteza atravessou seu rosto, mas ela não respondeu.



— Você ainda não me disse... — Eu me perguntei em voz alta e fazendo uma pausa, porque não tinha certeza de querer realmente ouvir a resposta para a pergunta que eu ia fazer.



— O quê — Bella questionou.



Eu decidi ir em frente e perguntei finalmente.



— Qual o seu maior problema.



— Vou deixar que você adivinhe! — Ela suspirou e tocou a ponta de meu nariz com o indicador.



Bem, pelo menos, ela compreendeu que eu sou um perigo, mas não pude deixar de me sentir um pouco desanimado, ainda surpreso.



— Sou pior que os Volturi. Acho que mereci isso.



Bella revirou os olhos como um sinal do meu mal-entendido.



— O pior que os Volturi podem fazer é me matar.



O que era mais assustador que a morte? Bella me considerava pior do que uma sentença de morte? Eu não conseguia falar, e meus olhos imploravam por uma explicação.



— Você pode me deixar. — Ela explicou — Os Volturi, Victoria ... não são nada comparado a isso.—



Meu coração congelado sentiu uma constrição de dor quando me lembrei da imagem de uma Bella perturbada na mente de Charlie. Eu sempre iria lamentar ter partido. O que ele tinha feito a ela. O que ele tinha feito para mim também.



— Não. Não fique triste. — Bella sussurrou enquanto ela acariciava o meu rosto.



Tentei sorrir, mas não consegui.



— Se houvesse uma única maneira de fazer você entender que não posso deixá-la. O tempo, eu suponho, acabará por convencê-la.



Bella animou um pouco.



— Certo. — Ela concordou.



Fiquei em silêncio por alguns instantes, enquanto me perguntava como poderia apagar o sofrimento que tinha causado.



— Então - já que você pode ficar... posso ter minhas coisas de volta? — Bella perguntou em um tom mais tranqüilo, quando voltamos a andar.



Eu soltei uma risada na fraca, entendendo a tentativa de Bella para distrair minha angústia.



— Suas coisas nunca foram embora. Eu sabia que era errado, mas uma vez que lhe prometi paz sem lembranças. Foi estúpido e infantil, mas queria deixar algo de mim com você. O CD, as fotos, os bilhetes estão sob o assoalho de seu quarto.



— É mesmo?



Concordei em confirmação.



— Eu acho. Não tenho certeza, mas imagino ... acho que talvez eu soubesse disso o tempo todo. — Bella disse lentamente.



— Soubesse o que — Eu perguntei.



— Parte de mim, meu subconsciente talvez, nunca deixou de acreditar que você ainda se importava se eu estava viva ou morta. Deve ter sido porque eu estava ouvindo as vozes.



Fiquei perplexo. Bella tinha tido alucinações? O que mais eu não sei?



— Vozes? — Eu perguntei cheio de ceticismo.



— Bom, apenas uma voz. A sua. É uma longa história. — Bella disse cautelosamente, como se arrependesse de ter me contado isso.



Talvez ela tenha pensado que eu acharia que ela estava louca. Devo admitir que a situação parecia surreal, no entanto, depois de toda a tortura que eu passara nos últimos meses, sentindo coisas que um vampiro jamais poderia sentir, eu não poderia fazer julgamentos.



Bella tinha ouvido minha voz em seu inconsciente? Estive tão presente em seus pesadelos, que parecia ser verdade? E mais importante - o que é que essas voz diziam?



— Eu tenho tempo. — Eu disse, fingindo uma tranqüilidade que eu não estava sentindo e incentivando-a a continuar.



— É muito ridículo.



Eu esperei, sem falar. Bella hesitou, como se ela estivesse com medo do que dizer. Eu estava com medo do que eu iria ouvir.



— Você se lembra que Alice disse sobre esportes radicais?



Eu poderia lembrar as palavras exatas de Alice em Volterra ...Em resumo ela pulou de um penhasco, mas ela não estava tentando se matar. Bella agora gosta de praticar esportes radicais. — Eu estava furioso com a imprudência de Bella, especialmente desde que ela tinha me prometido que iria manter-se segura. Eu senti uma leve pontada de traição em sua promessa quebrada, mas seria hipocrisia pensar dessa forma... quantas promessas eu tinha quebrado?



Demais! Eu me castiguei.



— Você pulou de um penhasco para se divertir? — Eu disse, mantendo a minha voz fria sem mostrar a fervura que tomava conta de mim.



— Hã, isso mesmo. E antes disso, com a moto...



— Moto? — Eu ecoei abismado. Minha voz controlada, apesar da fervura agora borbulhando.



— Acho que eu não contei a Alice essa parte.



— Não. — Eu respondi secamente. Alice teria me contado ou eu teria, pelo menos, visto que em suas visões.



— Bem, sobre isso ... veja, descobri que ... quando eu estava fazendo alguma coisa perigosa ou estúpida ... eu podia lembrar-me de você de forma mais clara. Conseguia me lembrar de como sua voz soava quando você estava com raiva, podia ouví-lo como se você estivesse em pé bem perto de mim. Na maior parte do tempo eu tentava não pensar em você, mas desse jeito não doía tanto... era como se você estivesse me protegendo novamente. Como se não quisesse que eu me machucasse. E, bom, imagino se o motivo para ouví-lo tão claramente não era porque, lá no fundo, eu soubesse que você não tinha deixado de me amar.



Eu escutei atentamente cada palavra, sem interromper, a raiva crescendo em meu peito de forma imensa. Eu não podia acreditar que Bella estava me dizendo. Todas as suas ações perigosas tinham apenas um único propósito, provocar a alucinação de ouvir minha voz.



Eu era mais censurável do que inicialmente supus. Eu me sentia como se a circulação de ar tivesse sido permanentemente cortada de tão chocado com aquelas palavras



— Você ... estava arriscando sua vida ... para me ouvir... — Eu mal consegui falar.



— Shh. Espere um segundo. Eu acho que estou tendo uma revelação agora. — Bella interveio.



Os poucos minutos que Bella gastou pensando, eu esperei com impaciência, mas em silêncio. Durante esse o tempo a fervura começou a diminuir, sendo substituída pela ansiedade.



Os minutos passavam lentamente, enquanto em minha mente simultâneos pensamentos se atropelavam. Cada pensamento me empurrava para a insanidade enquanto o silêncio pesava.



Qual era a revelação que Bella estava tendo? Eu detestava cada vez mais não ter acesso à sua mente, embora respeitasse seu direito à privacidade. Mas a curiosidade tomava conta de mim.



Minha principal preocupação era para sua segurança. Certamente, agora que eu estava de volta, seu comportamento de risco iria parar.



Eu sabia que Bella não era insana, mas a minha partida a fez afundar em um estado depressivo que parecia estar lentamente a conduzindo para a loucura.



A culpa era minha. Eu tinha mais uma vez colocado em risco sua segurança. Eu era a causa e o efeito das coisas que aconteciam com ela. Eu estava preocupado com as atividades perigosas que tinha procurado. Eu estava preocupado com seus pensamentos. Eu estava com medo de pensar sobre o que teria acontecido a Bella se eu nunca tivesse voltado.



Será que o seu comportamento irresponsável teria continuado? Será que ela teria lentamente se tornado obsessiva, beirando a insanidade com alucinações em seu subconsciente? Será que ela realmente teria se matado?



Eu fiquei grato quando Bella interrompeu meus pensamentos, porque eu não podia suportar ficar mais um segundo com tais perguntas em minha cabeça.



— Oh!—



— Bella? — Eu perguntei ansiosamente.



— Ah. Certo. Entendi.



— Sua revelação? — Perguntei nervosamente.



— Você me ama. — Ela disse finalmente admirada.



As palavras dela fizeram meu coração inchar de felicidade. Ela acreditou em mim. Um sorriso brilhou em meu rosto sem esforço.



— Sinceramente, AMO.



Ouvi Bella recuperar o fôlego, vi a cor voltar ao seu rosto e o brilho aumentar em seus olhos. Peguei seu rosto em minhas mãos e senti sua pulsação aumentar, exatamente como a minha.



Eu a beijei carinhosamente até que minha cabeça ficasse intoxicada pela sensação de seus lábios macios se movendo contra os meus. Eu inclinei minha testa contra a dela, com a respiração mais difícil do que o habitual.



Em comparação com o meu comportamento, Bella parecia muito mais lúcida. Ela tentara sobreviver... ela fizera um esforço, tentando levar sua vida a cada dia. Eu tinha me deixado engolir pela dor e desolação.



— Você foi melhor nisso do que eu, sabia. — Eu disse a Bella.



— Melhor em quê?



— Em sobreviver. Você, pelo menos fez um esforço. Você se levantou pela manhã, tentou ser normal para Charlie, seguir o padrão da sua vida. Quando eu não estava rastreando, ficava ... totalmente inútil. Não conseguia ficar com minha família... não podia ficar perto de ninguém. Estou envergonhado de admitir que, mais ou menos, me voltei para mim mesmo e deixei que a infelicidade me tomasse. Era muito mais patético do que ouvir vozes. E, claro, você sabe que eu ouvia também.—



Embora eu me sentisse culpado por ter causado a dor do abandono em Bella, eu não sentia nenhum conforto no fato de saber que eu não estava sozinho em meus sentimentos. Eu pensei novamente naqueles meses de solidão depressiva sem ela.



Eu estava sempre querendo saber como ela estava. Se estaria bem. Teria ela mudado seus sentimentos? Como ela estaria vivendo sua vida.



Ela estava sempre em minha mente. Bella tinha estado sempre comigo, como eu estivera com ela em seu subconsciente.



Talvez tivesse sido essa pequena parte de nossas memórias subliminares que nos permitira segurar nosso desapontamento... para sobreviver.



— Eu só ouvi uma voz. — Bella me lembrou, tirando minha atenção dos meus pensamentos.



Eu ri levemente puxando-a contra o meu lado, envolvendo meu braço em torno dela, levando-a para a frente por entre as árvores para o espaço aberto, onde estava minha casa.



— Só estou satisfazendo sua vontade. O que eles disserem não importa. — disse a Bella indicando minha casa com um gesto amplo.



— Isso agora os afeta também.



Eu dei de ombros, sem responder, para não deixar que ela percebesse que eu começava a fervilhar de novo, agora que estávamos chegando.



Bella seria transformada... nunca. Eu não permitiria isso.



Me irritava o pensamento de minha família, indo contra a minha vontade por querer que Bella se tornasse um vampiro. Eu impediria qualquer um que tentasse mudar minha Bella ... mesmo Alice. Eu não precisava ler sua mente para saber que ela iria votar a favor de Bella. Ela havia prometido na Itália, e mais ela queria muito e muito que Bella se tornasse parte da família, uma irmã de verdade.



Antes da votação começar eu esperava poder influenciar a decisão de meus familiares, convencendo-os com minha teoria recente.



Demetri não seria capaz de rastrear Bella e, portanto, eles não seriam capazes de localizá-la se eu a escondesse em um local remoto, quando os Volturi decidissem nos visitar. As premonições de Alice seriam úteis para sincronizarmos nossas ações com as deles.



Quando nos aproximamos de casa, eu podia ouvir os pensamentos de cada um em seus em seus quartos. Alice estava nos esperando cheia de emoção, o que só aumentou o meu ressentimento.



Bella me puxou pela porta da frente, as luzes todas acesas esperando por ela. Alice já devia ter avisado que estávamos a caminho.



Estar ali de novo me trouxe uma sensação de regresso ao lar, e apesar do meu mau humor, eu estava feliz por estar de volta no lugar que me aconchegava, minha casa.



Chamei baixinho por cada um deles, para que viessem nos cumprimentar, apesar deles saberem que já estávamos ali.



— Carlisle? Esme? Rosalie? Emmett? Jasper? Alice?



Num flash Carlisle estava ao lado de Bella, mas ela não vacilou com sua aparição imediata.



— Bem-vindo, Edward. — Ele cumprimentou-me silenciosamente.



— Bem-vindo de volta, Bella. — Carlisle sorriu. — O que podemos fazer por você. Imagino, devido à hora, que isso não seja uma visita de caráter exclusivamente social?



Bella concordou.



— Eu gostaria de conversar com todos vocês, se não houver problema. Sobre a algo importante.



Carlisle me olhou, um questionamento correndo por sua mente, mas quando não fiz nenhum esforço para responder, ele voltou sua atenção para Bella.



— Claro. Porque não conversamos na outra sala?



Carlisle nos levou à sala de jantar, que na verdade servia apenas para travarmos nossas discussões. Senti o resto de minha família nos seguir.



Carlisle educadamente estendeu a cadeira na cabeceira da mesa para Bella, e ela tomou seu assento ficando um pouco nervosa, assim que todos os outros vampiros entravam na sala. Ninguém falou enquanto meus familiares tomavam seus lugares ao redor da mesa, cada um emitindo pensamentos interrogativos em suas mentes. Eu ocupava a cadeira ao lado de Bella, Carlisle sentou-se do lado oposto.



— A palavra é sua. — Carlisle balançou a cabeça em direção a Bella em um incentivo.



Peguei a mão de Bella debaixo da mesa, com uma expressão de cuidado aparecendo em meu rosto. Eu podia sentir como ela estava ansiosa. Olhei ao redor da mesa para minha família.



Emmett estava silenciosamente especulando sobre o nosso encontro. Sua curiosidade impaciente estava estampada em sua expressão física.



— É melhor que seja algo divertido... enfim tratando-se de Bella é impossível que seja algo entediante. — Pensou.



Rosalie sorriu calorosamente, tanto para Bella, quanto para mim. O respeito que ela agora sentia por Bella, depois da atitude corajosa que ela se tomara para me salvar na Itália, era evidente.



Esme festejava o momento de ter toda sua família reunida ... novamente, incluindo Bella.



Eu podia sentir a tensão nos pensamentos de Jasper. Estar na presença de Bella o fazia sentir-se extremamente nervoso, pois ele ainda se sentia imensamente culpado pelo o incidente que determinou a nossa partida de Forks. Ele estava tentando manter-se controlado, repetindo aquela memória em sua cabeça. Ferir o amor de seu irmão e melhor amiga de sua amada tinha sido demais para ele. Foi muito doloroso assistir aquele lembrete que ele se impunha, por isso fechei minha mente.



Partir tinha sido minha decisão, a pior que tomei, usando o descontrole de Jasper como uma desculpa para fugir. Eu não poderia sentir nenhuma animosidade em relação a ele, que não podia ser responsável pelas minhas escolhas erradas.



O corpo de Alice tremeu ligeiramente. Para minha família poderia parecer que ela não conseguia controlar sua emoção. No entanto, eu sabia que ela estava tendo uma visão. Foi tão rápido que ninguém percebeu. Mas eu conhecia Alice bem demais e podia ver dentro de sua mente.



A visão de Alice causou uma agitação na boca do meu estômago. Ela estava de pé ao lado de uma vampira belíssima. Uma imortal. As duas abraçadas.



Eu já tinha visto essa visão antes, mas agora ela era tão forte, tão definida, tão inegável...



Senti a súbita necessidade de pegar Bella e fugir.



Minha atenção foi despertada, apagando a visão da minha mente.



— Bem... Imagino que Alice já tenha contado a vocês tudo o que aconteceu em Volterra? — Bella perguntou.



— Tudo. — Alice respondeu.



— E, no caminho para lá?



Minhas entranhas tremiam um pouco da raiva a ansiedade. A jornada de minha irmã e Bella podia ser resumida na promessa de Alice transformá-la. Portanto, tecnicamente, Alice tinha previsto para Bella dois tipos de morte. Embora, a promessa de Alice tivesse assegurado a nossa sobrevivência em Volterra, fato pelo qual eu estava imensamente grato, além dela me reunir a Bella novamente.



— Isso, também. — Alice concordou.



Bella suspirou.



— Que bom. Então, estamos todos em pé de igualdade. — Bella fez uma pausa, preparando seu discurso..



Todos estavam silenciosos. Eu tentei com bloquear a mente de cada um, para evitar a frustração que seus pensamentos me trariam. No entanto, estranhamente, eles estavam todos em silêncio esperando atentamente que Bella continuasse.



Fiquei imóvel esperando que Bella começasse seu discurso e eu tivesse a oportunidade de apresentar meu plano de contingência. Bella sabia que eu iria tentar frustrar seus planos.



A premonição de Alice poderia mudar quando eu informasse minha família do meu próprio plano.



Bem... eu esperava.



Bella respirou profundamente e começou a falar, enquanto eu mantinha meus olhos focados em cima da mesa, sem pestanejar.



— Então, temos um problema. Alice prometeu aos Volturi que eu me tornaria uma de vocês. Eles vão mandar alguém para verificar e tenho certeza que é isso é ruim... algo a evitar. E assim, agora, a questão envolve todos vocês. Lamento por isso.



Ela parou por um minuto e eu me permiti lançar um rápido olhar para ela. Ela interagia com todos, olhando para cada ocupante da mesa... olhando firme em seus olhos uma fração de segundo antes de prosseguir. Ela finalmente descansou os olhos em mim, o que fez o ar ficar engasgado na minha garganta. Ela estava divina, por que ela queria mudar isso?



— Mas, se vocês não me quiserem, não vou forçar-me minha presença, quer Alice esteja disposta a isso ou não.—



Esme abriu a boca para dizer a Bella que ela já era uma parte da família, mas Bella a silenciou erguendo um dedo.



— Por favor, me deixe terminar. Todos vocês sabem que eu quero. E tenho certeza que sabem o que Edward pensa. Acho que a única maneira justa de decidir isso é todos darem seu voto. Se vocês decidirem que não me querem, então ... acho que volto para a Itália sozinha. Eu não posso deixá-los vir aqui.—



A testa de Bella enrugou-se enquanto ela falava isso. Meu peito encheu-se com o som crescente de um rosnado rouco de protesto. Não havia absolutamente nenhuma maneira de deixarmos Bella ir para a Itália novamente e eu sabia que isso incluía todos ali na mesa.



Será que a diabinha estava usando essa ameaça como forma de chantagem emocional para garantir que minha família votasse a seu favor. Provavelmente sua obstinação teria sucesso.



— Levando em conta, então, que eu não vou colocar nenhum de vocês em perigo de qualquer forma, quero que votem sim ou não sobre a questão de me tornar um vampira.—



Eu pude ver a prega de um leve sorriso nos canto da boca de Bella enquanto ela falava a última palavra. Vampiro. Eu ainda estava incrédulo com a sua ânsia de perder a sua alma... tornar-se um monstro.



Talvez essa obsessão de Bella em se tornar uma imortal não fosse apenas para se tornar igual a mim e a minha família. Talvez eu não tivesse analisado bem este assunto no passado... eu simplesmente tinha assumido que a Bella queria ser transformada para que pudéssemos ter o mesmo estilo de vida eterna.



Ela estaria sacrificando sua alma inteiramente em meu benefício? Ou havia mais fatores envolvidos nisso? Ela tinha considerado que poderia perder muito mais do que ganhar.



Bella apontou para Carlisle para que ele exercesse seu voto, minha chance para interromper... o momento em que eu poderia tentar influenciar os votos a meu favor.



— Só um minuto. — Intervi.



Eu olhava para Bella, que levantou as sobrancelhas de uma forma absolutamente deliciosa e irritada, quando olhou para mim. Eu apertei sua mão suave e firmemente.



— Eu tenho algo a acrescentar antes de votarmos.



Ouvi Bella soltar um suspiro. Eu não precisava ter acesso a sua mente para saber que ela estava irritada com a minha interrupção, minha tentativa de alterar o rumo daquilo.



— Sobre o perigo a que Bella se refere. Eu não acho que precisamos ficar muito ansiosos com isso. Vejam só, havia mais uma razão para eu não querer apertar a mão de Aro no final. Há algo que ele não pensaram e eu não quis lembrar isso a eles.



Eu olhava em volta da mesa enquanto falava. Minha raiva diminuiu ligeiramente, enquanto as palavras fluíam pela minha boca me trazendo mais convicção.



— O que? — Alice me sondou. — O que você não me contou, Edward? — Ela continuou em sua cabeça.



Debrucei-me para frente, garantindo que eu tinha a atenção de todos, antes de continuar a minha explicação.



— Os Volturi são excessivamente confiantes, e com razão. Quando eles decidem encontrar alguém, não é realmente um problema.



Olhei para Bella e perguntei — Você se lembra de Demetri?



Ela deu de ombros e eu presumi que fosse um sim.



— Ele encontra pessoas... este é o seu talento, é por isso que eles o mantêm. Agora, o tempo todo em que ficamos lá, eu estava sondando os cérebro de cada um em busca de qualquer indicação que pudesse nos salvar, obtendo o máximo de informações possíveis.



Isto não era bem verdade. Eu estava principalmente tentando encontrar alguma maneira de escapar, para proteger a Bella.



— Então eu vi como funciona o talento de Demetri. Ele é um rastreador... um rastreador mil vezes mais talentoso que James. Sua capacidade é vagamente relacionada com o que eu faço, ou o que Aro faz. Ele pega o sabor ...? Não sei como descrever ... ... o teor da mente de alguém e depois a segue. Isso funciona a distâncias imensas. Mas, depois da experiência de Aro, bem... — Parei, dando de ombros, esperando que eles registrassem o que eu estava sugerindo.



— Você acha que ele não será capaz de me encontrar. — Bella disse apática.



— Tenho certeza disso. Ele depende totalmente desse sentido. Quando não funcionou com você, todos eles ficaram cegos. — Eu disse, um pouco mais confiante, quase presunçoso.



— E como é que isso resolve alguma coisa?



— É muito óbvio. Alice poderá dizer quando eles planejam uma visita e eu vou esconder você. Eles ficarão impotentes. Será como procurar uma agulha num palheiro!—



Eu sorri para Emmett, maliciosamente vendo que ele ria em seus pensamentos. — Isso vai ser divertido irmão!.



— Mas, eles podem encontrar você. — Bella me lembrou.



— E eu posso cuidar de mim. — Garanti a ela.



Emmett riu alto erguendo o punho sobre a mesa.



— Excelente plano, meu irmão. — disse entusiasmado



Estiquei meu braço e bati meu punho contra o dele. Eu sabia que Emmett poderia ser convencido pela idéia de um confronto.



— Não. — Rosalie sibilou. — Não, não, de jeito nenhum!



— Absolutamente não! — Bella arrematou, o pânico claramente em seus olhos



— Interessante. — Jasper contribuiu com prazer, antes de prosseguir em sua cabeça. — Podemos trabalhar nisso.



— Idiotas. — Alice murmurou, visivelmente irritada. — Idiotas cheios de testosterona. — Ela cuspiu silenciosamente dirigido-se a mim, mas que eu a ignorei.



— Edward? — Minha mãe me chamou silenciosamente. Eu olhei para ela para ver seus olhos brilhando de preocupação. — Essa não é uma solução adequada. Os Volturi não vão desistir. Não podemos viver com medo para sempre, assim como Bella não pode se esconder para o resto de sua vida humana. Não posso concordar com essa decisão, quando existe a possibilidade de você ou qualquer um dos meus filhos se machucar.



Esme estava certa, mas que outra escolha eu tinha? Bella estava prestes a me lembrar disso. Ela endireitou-se na cadeira, pronta para falar novamente.



— Tudo bem, então. Edward ofereceu uma alternativa para ser considerada. Vamos votar.


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Voltarei tão rápido que você não terá tempo de sentir minha falta. Cuide de meu coração ele ficou com você!....

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