24 horas antes
Eu estava chorando copiosamente quando acabei a última página.
Oh Deus. O que fora aquilo?
Eu estava em pedaços.
Mais do que nunca eu me sentia... absurda
De repente eu tive vontade de rir. Me lembrando quantas vezes ele me acusara exatamente disto.
E era o que acontecera afinal. Tudo o que estava escrito ali, provava isto
Eu acreditara numa pessoa que não merecia.
E colocara pra fora da minha vida a única que realmente importava.
Oh, deus, eu queria morrer.
Alguém bateu a porta
-Kristen?
Eu levantei a cabeça e me deparei com Michael
-Você esta bem?
-Que pergunta idiota de se fazer Michael, claro que não – eu ri enxugando o rosto e então eu olhei de novo para o caderno em minhas mãos.
E tudo me pareceu tao claro de repente.
Não havia outra coisa a fazer.
Eu me levantei
E peguei uma mala
-O que esta fazendo?
Eu ri
-Estou indo pra Londres
Eu não sei o que esperava ouvir, mas não o que Michael falou
-Já achou seu passaporte?
Eu parei e o fitei
-Só isto que vai dizer?
Ele riu
-Quem acha que colocou esta caixa aqui Kris?
-Você?!
Aquilo sim, era absurdo.
Ele sacudiu a cabeça afirmativamente
E eu voltei a arrumar a mala, não tinha tempo a perder.
Precisava estar com Rob de novo. Só isto importava.
-Certo, outra hora você me conta isto...
Eu fechei a mala rapidamente e peguei a bolsa
Michael tirou a mala das minhas mãos
-Eu te levo até o aeroporto
Passamo pela sala e só então eu reparei que já tinha amanhecido. Meu pai estava preparando o café.
-Onde vai?
-Londres
-O que? Ficou doida?
Eu ri
-Acho que sim.
Ele ainda resmungou algumas coisas atrás de mim, mas eu não estava mais ouvindo.
Eu tive que ficar esperando um vôo para Londres e Michael ficou comigo.
Meu celular tocou e era a Nikki
Eu o joguei na primeira lixeira que encontrei
-O que foi isto? - Michael indagou e eu contei a ele
-Ela fez isto?
-Acredita? Eu quero morrer ao pensar que acreditei que ela fosse minha amiga. Mas agora acabou. Se eu fosse você ficava longe ela também.
Chamaram meu vôo e eu abracei Michael.
-Obrigada.
E embarquei
Eu não sei como sobrevivi a todo vôo.
E se ele não quisesse olhar na minha cara? Seria bem feito, depois de tudo.
Talvez eu devesse ter ligado primeiro.
Ou esperado ele ligar, sei-lá.
Eu sentia meu estômago dando nós quando finalmente sai do aeroporto em Londres e entrei no táxi dando o endereço dele.
E se ele não estivesse lá?
Ainda era bem cedo em Londres e nevava muito, eu fechei minha blusa, tremendo. Mas nem era de frio e sim de nervoso
O táxi me deixou em frente a casa e eu toquei a campainha, uma moça loira atendeu. Uma das irmãs de Rob. Acho que se chamava Lizzy.
Ai Deus que vergonha
-O Rob esta? - falei rápido antes que ela dissesse qualquer coisa
-Kristen? Como vai? - ela falou depois de um momento de surpresa – nossa, deve estar congelando, entra.
Eu entrei, mordendo os lábios
-Me desculpe aparecer assim, mas...
Ela sorriu
-Não tem problema.
-O Rob esta? - indaguei novamente, tensa de nervoso.
-Ele esta sim. Esta dormindo ainda.
Eu quase desmoronei de alivio. Pelo menos ele estava ali.
-Certo – respondi sem graça. E agora?
-Você não quer subir? O quarto dele é o último a direita
-Oh, eu... Sim, eu vou subir. Se não se importar...
Ela riu
-Ele vai gostar de ver você. Tenho certeza.
Eu sorri
-Espero que você tenha razão
E eu subi.
Em frente a ultima porta a direita eu respirei fundo e entrei.
Ele estava lá, dormindo.
Eu fechei a porta devagar e me aproximei
A vontade que eu tinha era de pular em cima dele e nunca mais soltar
mas em vez disso eu sentei ao seu lado e passei a mão pelos cabelos. Estavam curtos, reparei e tive vontade de chorar.
E chorei. Merda. Enxuguei as lágrimas rapidamente dizendo a mim mesma pra não ser tão ridícula.
De repente ele se mexeu e abriu os olhos
-Oi Rob – eu disse com a voz trêmula
-Kris? - ele falou surpreso.
Ele sentou na cama passando a mão pelos cabelos desgrenhados , me encarando como se tivesse vendo um fantasma e eu ri.
E comecei a chorar de novo em meio ao riso, cobrindo o rosto com as mãos
-Kris? - ele falou agora alarmado
-Me desculpe. Eu estou... um pouco nervosa – eu me afastei, enxugando os olhos
Ok, eu estava totalmente histérica.
Talvez ele achasse que eu tivesse enlouquecido de vez agora.
Ele me encarava e era impossível saber o que ia pela sua cabeça
Eu respirei fundo e fitei meus pés.
-Rob, eu li o seu... diário. E eu... Oh Deus, eu nem sei por onde começar. Eu fui... tão idiota, tão cega, tão... tão...
-Absurda
Ao ouvir ele falar, aquele sotaque britânico tão único, tão dele, eu soube o que tinha que ser feito.
Eu estava ali por um motivo. Porque eu o amava mais que tudo. E iria implorar se fosse preciso, pra ele me querer de volta.
Então eu dei um passo a frente e mais outro
-Sim, eu fui absurda. - certo, eu comecei a sentir o nó apertando minha garganta de novo, quando me aproximei e me sentei a sua frente de novo – E eu sei que se não fosse o seu caderno, talvez eu ainda estivesse la em Los Angeles sendo absurda. E nunca entendesse isto. E sei também que você tem todo o direito de me odiar agora depois de tudo, mas... - eu solucei - Mas eu amo você. Amo mais que tudo. Eu senti sua falta todos dias, todas as horas... Se quiser me mandar embora agora...
-Kristen – ele me interrompeu e eu o fitei através dos olhos embaçados – pára de ser absurda
Eu meio ri, meio solucei
-Eu não vou te mandar embora
Eu funguei
-Você me perdoa?
Ele sorriu.
Aquele sorriso que me atingia direto no peito.
Era o meu sorriso. E eu sorri de volta. E de novo estávamos na nossa bolha, no nosso pequeno mundo particular.
E não havia mais nervoso, ou hesitação.
Era apenas eu e ele.
-Você leu mesmo aquele maldito caderno? Eu amo você. Quero passar a minha vida com você. Mesmo você sendo a pessoa mais absurda deste mundo! - ele disse por fim, as mãos enquadrando meu rosto – e agora você esta aqui e é tudo o que importa... - e então ele me beijou.
Eu fechei os olhos, com o gosto de sua língua na boca.
Sentindo tudo se contorcer dentro de mim. Meu coração bateu errático no peito e eu deixei tudo para trás com aquele beijo.
Toda dor, toda saudade.
Tudo o que não era ele não importava mais.
Estávamos juntos. Enfim. E agora eu sabia que era pra sempre.
Seus lábios finalmente deixaram o meu e ele sorriu pra mim, ofegante.
-Ainda não acredito que esta aqui
Eu o fitei dentro dos olhos e peguei sua mão colocando no meu peito
-eu estou aqui, e meu coração esta batendo tão forte que acho que vai sair pela boca... - sussurrei
Seus dedos se apossaram do meu seio e eu gemi, derretendo.
-Eu preciso de você - murmurei fechando os olhos - senti tanta falta de você...
No minuto seguinte, eu estava deitada sob ele, minhas roupas desaparecendo rapidamente, junto com as dele.
E não havia perfeição maior do que sentir nossas peles em contato, suas mãos em mim, seu corpo invadindo o meu.
Aquele desejo estivera ali o tempo todo, tamborilando logo abaixo da superficie e explodia agora em todos os meus poros, em todos os meus sentidos.
Eu o abracei com braços e pernas, o trazendo ainda para mais perto, enquanto ele me penetrava fundo, preenchendo minha alma de amor.
Só amor.
E nada mais.
-Eu amo você - ele sussurrou no meu ouvido enquanto ainda estremecia dentro de mim.
E eu abri os olhos para encontrar os dele fixos em mim.
O sorriso mais lindo nos lábios
Deslumbrante.
Era o que eu pensava quando o conheci.
Ainda era a coisa mais perfeita do mundo.
Eu passei e mão por seus cabelos
-Você cortou os cabelos...
Ele riu
-O que vou fazer com você, Kristen?
-Vai me amar pra sempre, mesmo eu sendo absurda, é o que prometeu
Ele levantou as sobrancelhas
-Pra sempre?
-Claro. Falando nisto, cadê aquele anel?
Ele sorriu e se afastou, e pegou uma blusa no chão.
E entao, ele se ajoelhou, nu, e eu ri, segurando a coberta sobre mim, enquanto ele pegava minha mão
-Kristen Stewart, eu prometo te amar pra sempre - todos os dias do pra sempre. Você quer se casar comigo?
Eu reconheci aquela frase e ri, mas com o coração apertado no peito. Não importava que tivessem sido roubadas do Edward.
Ele era meu Edward afinal
-roubou esta frase do Edward, mas eu aceito mesmo assim. - eu disse rindo, enquanto piscava para afugentar as lágrimas.
O anel escorregou por meu dedo e ele deitou sobre mim de novo, beijando minha boca
-Seja minha pra sempre Kris – ele falou retirando os cabelos do meu rosto e me fitando muito sério
Esquece tudo. Ele era melhor que o Edward
-Não precisa nem pedir
Ele sorriu e começamos tudo de novo
E de novo.
-Você precisa comer alguma coisa – ele disse algumas horas depois
-Eu não preciso de nada – murmurei, me aconchegando mais a ele – na verdade eu estou morrendo de vergonha
Ele riu
-é sério. Seus pais mal me conhecem
-Agora sim esta sendo absurda.
-Pára! - então eu paralisei de susto ao ouvir a porta se abrir e Rob riu
-é minha cachorra.
Algo peludo e branco pulou em cima de mim
-Oh...
-Kristen, Patty... Patty, Kristen – ele nos apresentou – esta é a única mulher da minha vida além de você
-é bom mesmo. Será que ela vai gostar do meu gato?
Ele riu
-Cães e Gatos? Não sei não...
Eu dei de ombros
-A gente dá um jeito.
No fim, nós nos vestimos e Rob me convenceu a descer.
Eu ainda estava morta de vergonha e fiquei ainda mais quando eles viram meu anel.
Mas foram muito legais em me abraçar e dizer que sempre souberam que íamos acabar assim.
Ai deus, o que será que Rob contava a eles? Eu não queria nem saber.
E então pra melhorar ou piorar, dependendo do ponto de vista, o telefone toca e Rob atende
-Oi, sim, ela esta aqui – silencio. “Ela” devia se eu
-Quem é? - indaguei e ele riu, me abraçando, e eu imaginei que só podia ser meu pai
-Ela vai ficar aqui... não sei até quando... não se preocupe – ele piscou pra mim – nós vamos nos casar
Ah deus! Eu arranquei o telefone da mão dele
-Pai!
-Kristen? Que história é esta?
Eu ri
-é o que o senhor ouviu.
Meu pai soltou um palavrão e eu ouvi minha mãe perguntando algo de longe e ele gritando “ ela vai casar com aquele inglês!”
-Pai, sem drama, ok? Eu estou bem. - eu olhei para Rob – e estou feliz. Fique feliz por mim.
-Você esta grávida?
-Claro que não! - eu fiquei vermelha
-CXerto. Você já á adulta. E fala pra este inglês vir aqui em casa falar comigo!
Eu ri
-Ele vai. Tchau pai
Eu desliguei
-Você esta ferrado Rob
-Quem ta ferrado - Tom entrou naquele momento e estacou ao me ver
-Kristen?
-Oi Tom
Tom riu
-é, para o Rob ta ferrado, só podia ter a ver com você mesmo. Pelos menos não me colocarão pra fora hoje... e então, quando é o casório
Tom falou brincando claro.
Mal sabia ele.
Nós voltamos para Los Angeles no último dia do ano pois eu iria ao show da Joan Jett, uma pesquisa para o próximo filme.
Eu não queria voltar. Não queria encarar o mundo real.
Mas aquilo era trabalho.
E quando eu estava nos bastidores do show e ouvi alguém chamar meu nome eu soube o que não queria enfrentar.
Nikki
-Kris! Amiga, onde se meteu? Michael me ligou no natal e disse que nem adiantava eu ir pra sua casa porque tinha viajado. mas não soube dizer onde estava. Alias eu achei ele bem estranho comigo
Eu a fitei muito séria
Como alguém podia ser tão cara de pau?
-Eu estava em Londres
-Londres?
Ouvi Rob se aproximar por trás de mim e a cara de Nikki caiu
-Sim, comigo
-mas... Rob?
Eu sorri
-Sim, estávamos juntos. Aliás, quero que seja uma das primeiras pessoas a saber - eu mostrei meu anel
Nikki foi ficando vermelha
-Eu ja vi este anel... contou a ela Rob?
-Sabe o que ele contou? Como você é falsa.
-Kristen!
-Eu sei quem você é Nikki, demorei pra descobrir, mas agora eu sei que não passa de uma invejosa, que nunca foi minha amiga.
-Isto não é verdade...
-E eu quero que fique longe de mim!
-Como pode falar assim? Eu fui sua amiga, eu... aquela Camilla que tenta roubar seu namorado...
-Oh, cala a boca! - e eu não sei o que deu em mim, mas eu parti pra cima dela, e soquei seu rosto. Umas três vezes. E teria feito mais se Rob não me segurasse.
-Chega, amor. Ela não merece nem isto
-Suma das nossas vidas! Infelizmente ainda teremos que te aguentar no filme, mas graças a deus não passa de praticamente uma figurante.
Rob riu e me puxou
-Vamos embora.
Eu tremia quando entramos no carro.
-Aliviada.
-Muito.
Ele segurou minha mão
-Vou te levar a um lugar
-Ah é? Onde?
-Segredo.
-Nao vai me dizer onde estamos indo? - indaguei de novo
-Feche os olhos - ele pediu
-Ai deus - eu gemi, mas fechei. Minutos depois ele parou e me tirou do carro, cobrindo meus olhos com os dedos e eu deixei que ele me guiasse pra onde quisesse
E então ele tirou as mãos
-Pode abrir
Eu olhei em volta
Estávamos numa sala vazia, a não ser por umas caixas num canto.
-Onde estamos?
-Na sua casa
Eu arregalei os olhos
-Minha casa?
-Minha e sua
Eu olhei ao redor, daquela sala vazia sentindo
-Nossa própria bolha – murmurei
-Ou algo assim – ele riu, me puxando pela camisa e eu enfiei os dedos nos seus cabelos curtos e ficando nas pontas dos pés para beijar sua boca
-Uma bolha um pouco vazia...
Ele passou os braços a minha volta.
-Tudo o que eu sempre quis, tudo o que eu sempre precisei esta bem aqui. Nos meus braços
Eu ri, ridiculamente feliz, ou ago assim, o beijando de novo
Estávamos na nossa casa. Na nossa bolha. Pra sempre.
**Fim**
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Voltarei tão rápido que você não terá tempo de sentir minha falta. Cuide de meu coração ele ficou com você!....